Sheldon tem síndrome de Asperger?


Para uma discussão sobre o tema, ver aqui.

Abaixo uma lista de possíveis casos de cientistas com síndrome de Asperger (para as referências, ver a Wikipédia). Acredito que muitos deles tem comorbidade com transtorno bipolar. transtorno obsessivo-compulsivo e transtorno de ansiedade social.

É interessante ver a reação de colegas cientistas a esse tipo de lista. Normalmente tão frios e racionais (em geral, fortes defensores da psiquiatria biológica e explicação de comportamentos humans pela psicologia evolucionária), têm grande dificuldade de aplicar tais conhecimentos na análise de seu próprios heróis, cujas vidas são retratadas de forma anedótica e mitológica aos alunos, sem rigor histórico ou científico. Um caso divertido de dissonância cognitiva, acredito.

PersonSpeculator


Lewis Carroll – writer, logicianMichael Fitzgerald[4][6][11]
Henry Cavendish – 18th century British scientist. He was unusually reclusive, literal minded, had trouble relating to people, had trouble adapting to people, difficulties looking straight at people, drawn to patterns, etc.Oliver Sacks,[3][8] and Ione James;[2][7] Fred Volkmar of Yale Study Child Center is skeptical.[3]
Charles Darwin – naturalist, associated with the theory of evolution by natural selectionMichael Fitzgerald[16]
Paul Dirac – British mathematician and physicist. He was Lucasian Professor of Mathematics at Cambridge University, 1933–1963 and a Fellow of St John's College. Awarded the 1933 Nobel Prize in Physics for his work on the mathematical foundations of Quantum Mechanics.Ione James[2] and Graham Farmelo[18]
Albert Einstein – physicistSee analysis below
Isaac NewtonSee analysis below
Srinivasa Ramanujan – mathematicianIoan James[7] and Michael Fitzgerald[30]
Charles Richterseismologist, creator of the eponymous scale of earthquake magnitudeSusan Hough in her biography of Richter[31]
Nikola Tesla - Serbian inventor, and electrical and mechanical engineer. Was able to mentally picture very detailed mechanisms; spoke 8 languages; was never married; was very sensitive to touch and had an acute sense of hearing and sight; was obsessed with the number three and also had several eating compulsionsNPR,[32] Harvey Blume[33]
Alan Turing – pioneer of computer sciences. He seemed to be a math savant and his lifestyle has many autism traits about it.Tony Attwood[22] and Ioan James[7]
Michael Ventris – English architect who deciphered Linear BSimon Baron-Cohen[34]
Eu acrescentaria como prováveis candidatos o lógico Kurt Gödel e o matemático Paul Erdös. E talvez a caracteristica de "ausência de senso de humor" devesse ser retirada da nosologia da síndrome de Asperger. Muitos desses candidatos tinham um agudo e curioso senso de humor, muitas vezes insensível às convenções sociais.

Tenho uma teoria (mais uma) de que as síndromes e distúrbios citados representam a linha de frente da evolução. Explico: as fortes evidências de herdabilidade familiar e razoável disseminação entre a população (por exemplo, estima-se que 15% da população é constituida por ciclotímicos) pedem uma explicação em termos de psicologia evolucionária.

A explicação mais fácil é que tais desordens conferem, além dos handicaps notados, vantagens evolutivas. Por exemplo, TOC e ansiedade social podem conferir uma defesa maior em casos de epidemias, e bipolaridade e ciclotimia podem aumentar a atividade e a atratividade sexual de seus portadores.

Como na evolução nós temos poucos genes para muitas funções, ou seja, os genes são multifuncionais, uma mutação potencialmente benéfica implica em "efeitos colaterais" em outras funções, normalmente maléficas. Como é muito dificil existir backmutações (ou reversão de mutações), o caminho normal para um traço se estabelecer seria a ocorrência de novas mutações que compensassem os handicaps produzidos pelas primeiras.

Ou seja, supondo que com alguma sorte Sheldon tenha filhos, se novas mutações ou crossover promoverem compensações (por exemplo, um filho de Sheldon poderia ter uma mutação no sistema dopaminérgico que agregasse o traço de hipersexualidade aos seu alto QI. Esses novos mutantes teriam alto fitness biológico e poderiam espalhar seus genes pela população...

People with Asperger syndrome may refer to themselves in casual conversation as aspies, coined by Liane Holliday Willey in 1999.[91] The word neurotypical (abbreviated NT) describes a person whose neurological development and state are typical, and is often used to refer to non-autistic people. The Internet has allowed individuals with AS to communicate and celebrate with each other in a way that was not previously possible because of their rarity and geographic dispersal. A subculture of aspies has formed. Internet sites like Wrong Planet have made it easier for individuals to connect.[10]

Autistic people have advocated a shift in perception of autism spectrum disorders as complex syndromes rather than diseases that must be cured. Proponents of this view reject the notion that there is an "ideal" brain configuration and that any deviation from the norm is pathological; they promote tolerance for what they call neurodiversity.[92] These views are the basis for the autistic rights and autistic pride movements.[93]There is a contrast between the attitude of adults with self-identified AS, who typically do not want to be cured and are proud of their identity, and parents of children with AS, who typically seek assistance and a cure for their children.[94]

Some researchers have argued that AS can be viewed as a different cognitive style, not a disorder or a disability,[10] and that it should be removed from the standard Diagnostic and Statistical Manual, much as homosexuality was removed.[95] In a 2002 paper, Simon Baron-Cohen wrote of those with AS, "In the social world there is no great benefit to a precise eye for detail, but in the worlds of math, computing, cataloguing, music, linguistics, engineering, and science, such an eye for detail can lead to success rather than failure." Baron-Cohen cited two reasons why it might still be useful to consider AS to be a disability: to ensure provision for legally required special support, and to recognize emotional difficulties from reduced empathy.[96] It has been argued that the genes for Asperger's combination of abilities have operated throughout recent human evolution and have made remarkable contributions to human history.[97]




Comentários

Jaqueline Viza disse…
Oi Kinouchi,
muito interessante essa teoria evolutiva envolvendo síndromes. Sempre tive uma certa dificuldade de interação social, coisa que melhorou bastante após uma passada rápida (6 anos, hehehe) pelo alojamento da UFRJ. Também sempre tive muita facilidade de aprendizado, sempre gostei de estudar e, principalmente, observar os fenômenos no dia-a-dia. Apesar de não chegar a ser asperger, acabei tendo uma filha autista. Ela ainda é muito nova para se definir o grau de autismo que tem, mas o fato é que esses genes parecem concentrar-se (ao menos na minha família), ao invés de apresentarem contra-mutações. Acho que é um caso para estudo mesmo. Ótima matéria!

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