Marcelo Leite se rende à Cientometria?


[maria][http://scienceblogs.com.br/cienciaeideias/][são paulo] 
você deixou a pergunta no ar: pra que serviu isso tudo, a não ser trazer prestígio, equipamento e financiamento para os pesquisadores? a conclusão é que essas pesquisas são simplesmente fúteis?

14/09/2009 13:38

RESPOSTA:
MARIA:
Não sei se essa é a sua opinião, mas decerto não é a minha. Acho que se criou muita competência, sim, mas com o desequilíbrio habitual da ciência brasileira - dificuldade para gerar inovação. Esse diagnóstico não fui eu que fiz, está feito pelo menos desde a primeira conferência nacional de C&T. Ele tem dado muito da tônica das últimas administrações da Fapesp. Os dados que minha coluna veiculou nada mais fazem que esboçar uma maneira objetiva de avaliar o projeto segundo os próprios objetivos estratégicos da entidade que o financiou.

Abraços cienciométricos, Marcelo Leite



Ninguém entendeu quando o tucano Mário Covas, naquele debate de 1998 entre candidatos a governador, perguntou a Paulo Salim Maluf o que ele faria para acabar com a doença do amarelinho. (...) Os espectadores não sabiam do que ele estava falando, mas o então governador deve ter achado que teria impacto a notícia de que pesquisadores paulistas estavam empenhados em sequenciar (soletrar) o DNA da bactéria Xylella fastidiosa, causadora da clorose variegada dos citros -mais conhecida como amarelinho da laranja.

Assim como Maluf, o amarelinho continua por aí, quase uma década depois de concluído o primeiro projeto genoma do país. Se alguém contava com o estudo para erradicar a doença, deu-se mal. Na mira de seus criadores, porém, estavam outros frutos: criar competência nacional no campo emergente da genômica, novo apelido da boa e velha biologia molecular. (...)

Que saldo ficou desse esforço dirigido de atualização da biologia nacional? Quanta inovação - ou seja, aplicações fora da pesquisa básica - surgiram da iniciativa?

Rogério Meneghini, do Centro Latino-Americano e do Caribe de Informação em Ciências da Saúde (Bireme), e Estêvão Cabestré Gamba, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), enfrentaram essas questões espinhosas. (...)

O resultado se encontra no estudo "Evolução da Produção Científico-Tecnológica em Biologia Molecular no Brasil (1996-2007): A Contribuição dos Programas de Genômica", ainda inédito. A genômica nacional e áreas afins tiveram um crescimento explosivo no período, concluem os autores.

A produção científica (quantidade de artigos) brasileira, em geral, cresceu 236%. Em contraste, a fatia da biologia molecular progrediu 434%: foram 1.928 trabalhos publicados em 2007, contra 361 em 1996. (...)

Artigos de pesquisadores baseados no Estado de São Paulo, onde nasceu o projeto Xylella, também avançaram consideravelmente: 515%. Sinal provável de que a iniciativa paulista ajudou a puxar o trem genômico em escala nacional.

Meneghini e Gamba se perguntaram, por fim, quantas patentes o esforço rendeu ao país. E foi aí que a biologia molecular nacional amarelou: em 12 anos, 279 patentes brasileiras depositadas nos EUA, meras 66 de origem paulista. Só para comparação, foram 996 da China, 1.054 da Índia e 2.221 da Coreia do Sul.


PS: Qual é o melhor? Cientometria ou Cienciometria?

Cadastrarei no CNPq nesta semana o grupo de Divulgação Científica e Cientometria do DFM-FFCLRP-USP. Mas fiquei em dúvida com o nome...

Comentários

none disse…
Qual a justificativa para cienciometria?

(Nota: Dr. Milk usa a grafia "cienciometria" já há um bom par de anos.)

[]s,

Roberto Takata
Unknown disse…
No google, cienciometria gera 40 mil paginas contra 6 mil de cientometria.

Mas eu gosto mais de cientometria.

Incrivel, não tem pagina na WIKIPEDIA em portugues!

http://es.wikipedia.org/wiki/Cienciometría
none disse…
STUMPF, I. R. C. ; CAREGNATO, Sônia ; VANTI, Nadia ; AL, E. . Uso dos Termos Cienciometria e Cientometria pela Comunidade Científica Brasileira. In: PLOBACIÓN, Dinah Aguiar; WITTER, Geraldina Porto; SILVA, José Fernando Modesto da. (Org.). Comunicação & Produção Científica: contexto, indicadores e avaliação. São Paulo: Angellara, 2006, v. , p. 343-369.
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[]s,

Roberto Takata

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