Ciência, Política e Religião

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Este comercial é considerado um dos melhores em nossas campanhas políticas. Note como são usadas as referências religiosas a Deus e ao Cristo Redentor.

Weber tem um livrinho muito bom onde ele discorre sobre duas vocações: ciência e política. Ele mostra que são duas vocações ortogonais (ou deveriam ser). Afinal, não é possível usar o método científico para decidir em que candidato votar. Na avaliação de um candidato, um partido, uma ideologia política, você usa o senso comum, as informações de seus amigos, a emoção. O objetivo da Ciência Política é estudar a variedade do fenômeno político e não determinar qual ideologia política é a mais correta.

Entretanto, a ciência pode nos ajudar a avaliar as propostas políticas, no sentido de verificar que os meios propostos realmente servem aos fins defendidos. Mas quem define quais os fins desejáveis? Ora, tudo depende de seus valores fundamentais, que podem ter origem em uma cultura secular ou religiosa. Mas é preciso ficar claro que tais valores são escolhas existenciais, sem fundamento científico: nada na Natureza ou na Ciência determina que é melhor ter uma sociedade democrática do que aristocrática, ou de que a compaixão seja melhor que a crueldade, como bem demonstrou Nietzsche. Para ele, uma sociedade aristocrática que implemente o Darwinismo Social é preferível à democracia.

Nietszche não é contra o Cristianismo por ser uma religião (afinal, seu Zaratustra é um profeta religioso). Nietszche elogia o Cristianismo da Renascença, o cristianismo dos Borgia, onde o espírito aristocrático floresce, e também defende a elite religiosa judaica que rejeitou Jesus. Nietszche é contra um certo judaísmo e cristianismo (não todos) apenas na medida em que eles formaram historicamente a base religiosa de valores democráticos (ou mesmo anarquistas) posteriormente secularizados. Para Nietszche, justamente os argumentos apresentados no comercial acima é que são o melhor motivo para não se votar na esquerda.

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