Avaliação de Lula, chances de Dilma em 2010 caem

Por Fernando Exman

BRASÍLIA (Reuters) - A avaliação do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva piorou em setembro por causa da crise no Senado, da maneira como o Executivo tem lidado com a questão da gripe suína e do escândalo envolvendo a ex-secretária da Receita Federal Lina Vieira e a ministra Dilma Rousseff (Casa Civil).

As intenções de votos em um eventual segundo turno da ministra Dilma, candidata de Lula pelo PT à sua sucessão, também recuaram por conta desses motivos.

"São três variáveis que implicam essa queda de popularidade. Primeiro, a postura do presidente de chamar crises institucionais para si, como a forma que aconteceu com Sarney (José Sarney, presidente do Senado) e Lina", explicou a jornalistas o responsável pela pesquisa, o diretor do Instituto Sensus Ricardo Guedes.

"Segundo, o episódio Lina Vieira e Dilma Rousseff, que envolve o Senado. Em terceiro, é a questão da percepção sobre o preparo do sistema de saúde do país no combate à gripe suína", acrescentou. "Estatisticamente, a principal variável é a saúde."

A avaliação positiva do governo caiu para 65,4 por cento ante 69,8 por cento no final de maio, mostrou a pesquisa CNT/Sensus divulgada nesta terça-feira.

A avaliação negativa do governo passou para 7,2 por cento, em comparação com os 5,8 por cento anteriores, enquanto para 26,6 por cento dos entrevistados o governo é regular, ante 23,9 por cento da sondagem de maio.

A aprovação do desempenho pessoal do presidente Lula também caiu, passando para 76,8 por cento, ante 81,5 por cento.

"O índice de aprovação continua significativamente alto mas há uma queda efetiva", comentou Guedes.

O grupo de pessoas que considera adequadas as ações do governo para combater o vírus H1N1 caiu para 52,4 por cento de 61,0 por cento. Para 42,1 por cento as medidas não são adequadas, ante 33,5 por cento apurados em maio.

ELEIÇÃO

O levantamento mostrou como líder das intenções de voto o governador paulista, José Serra (PSDB), com 39,5 por cento, enquanto Dilma (PT) aparece com 19,0 por cento.

A novidade no cenário principal foi a inclusão da senadora Marina Silva, que no mês passado trocou o PT pelo PV, e que surge com 4,8 por cento, ainda bem atrás de Heloísa Helena (PSOL), com 9,7 por cento.

Em um embate contra o governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB), Dilma se sairia melhor. A ministra teria 23,3 por cento, contra 16,8 por cento do tucano, 13,5 por cento de Heloísa Helena e 8,1 por cento de Marina Silva.

"Marina pode ajudar a ter um segundo turno, como Heloísa Helena fez no passado", disse o responsável pela pesquisa.

"Marina aparece como uma possibilidade que pode crescer, mas a tendência é uma eleição polarizada entre PT e PSDB."

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