Mortes indiretas pela gripe suína


Já estamos sentindo a pressão da gripe suína sobre o sistema de saúde?

DENUN08/05/2009 Da Redação do Sindsprev/RJA 

Associação de Funcionários do Iaserj encaminhou, ontem, ofício ao Ministério Público, à Comissão de Direitos Humanos da OAB e da Assembléia Legislativa, denunciando a transferência, às pressas, de pacientes internados no Centro de Tratamento Intensivo (CTI) do Iaserj, para a transformação do hospital em um centro de atendimento a suspeitos de gripe suína. A transferência dos pacientes em estado grave foi feita sem a autorização das famílias, na noite do dia 28 para 29 de abril, por ordem do secretário estadual de Saúde Sérgio Côrtes e do governador Cabral Filho.Os pacientes foram levados para os hospitais Albert Schweitzer, na Zona Oeste, e Alberto Torres, em São Gonçalo. 

Um deles, Francisco Orlando Alves, de 41 anos, morreu dentro da ambulância do Samu, ainda, no pátio do Iaserj.Toda esta pressa se deve ao fato do estado do Rio não contar mais com um hospital especializado em infectologia, como era o caso do São Sebastião, localizado no Caju, fechado pelo governo Cabral este ano. Também o Iaserj não tem as condições necessárias para atender às vítimas da gripe suína, já que vem passando por um processo de esvaziamento, com vários setores sendo fechados, inclusive o de esterilização de materiais.

Ameaça

Segundo a presidente da Afiaserj, Mariléa Ormond, uma diretora da entidade de classe, foi ameaçada pelo major bombeiro Max, que passou a ser o responsável pelo CTI do Iaserj, com a militarização da saúde. “Ela viu quando os pacientes estavam sendo tirados do CTI e presenciou a morte de um deles. O militar, então, colocou o dedo em riste na direção da diretora da Afiaserj e perguntou, ameaçadoramente, o que ela faria com o que os olhos dela haviam visto”, contou Mariléa.

A presidente da Afiaserj condenou a atitude do militar, bem como transferências. “O secretário e o governador agiram de forma irresponsável ao transferir pacientes internados no CTI, em estado grave, necessitando de cuidados especiais, de noite, para unidades distantes. E, pior, sem a autorização dos familiares. Estão fazendo como se fosse gado”, afirmou.
8 de Maio de 2009 19:22

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