Marina Silva e o casamento gay
Parece que o que nossa sociedade tem restrição ou abomina a sinceridade.
O que Marina Silva fez é o que qualquer um de nós faria quando questionados sobre determinado assunto: opinar. E opinar baseado nos valores dela. E se ela negasse a sua posição pessoal enquanto evangélica, ela não seria digna de meu voto. Eu sou obeso, tenho 125kg. E por sê-lo fui muito discriminado por católicos, evangélicos, espiritualistas e por muitos gays. Você consegue ver na face o preconceito. Hoje, eu não preciso de uma lei ou de uma político me defendendo, para que tenham respeito por mim. Eu me respeito e externo isso no meu cotidiano.
Marina crê em Adão e Eva, e eu não. Ela entende o casamento como sacramento religioso e hétero. E eu como uma união de almas, que independe de religião, estado, credo, idade ou sexo. Ela é evangélica. E eu não tenho religião. Marina crê em Deus; os ateus, não; e eu na Vida, pois percebo que há algo mais além que um homem barbudo…, e que a razão e o materialismo são incompetentes para me explicar.
No que se refere aos bens, entendo que deva ser ampliado. Ou seja, um exemplo: você não é gay e é solteiro. Mas sua família não gosta de você, nunca lhe ajudou e sempre lhe explorou. Então, você bate as botas e seu patrimônio de 20 anos vai para a mão de pessoas que sempre lhe desrespeitaram. É justo que você possa determinar para onde vai seu patrimônio, como por exemplo, ir para um orfanato ou um lar espírita ou uma clínica evangélica para drogados; e não para os abutres que sempre lhe detestaram.
Se o direito ao patrimônio está garantido, o fato de querer o casamento gay numa igreja é outro detalhe. No Brasil, por exemplo, há três opções para realizar esse sonho: Igreja Contemporânea, Igreja da Comunidade Metropolitana (ICM) e Comunidade Cristã Nova Esperança. Ou seja, se alguém acha que para casar tem quer ter a bênção de uma igreja, elas estão aí.
E nisso eu pergunto:
Será que é melhor mesmo negar o voto a Marina Silva que foi sincera nas suas verdades? Ou será melhor dar o voto a DR por causa da Bolsa Família e que dará continuidade de alguma forma a: Sarney, Collor, Renan, Jader & Cia.? Ou a JS que vem com todo aquele povo que NÓS tiramos há oito anos atrás? Será que se estivéssemos no lugar de Marina e fôssemos questionados sobre pontos que discordamos ou não aceitamos (enquanto pessoas), teríamos a mesma coragem? Quem garante alguma coisa? Podemos garantir que amanhã teremos o mesmo discurso?
Se algum termo usado por ela foi inadequado, faça-se uma carta esclarecendo. Marque uma audiência. Faça um abaixo-assinado incluindo os gays e seus pais, mães, irmãs, irmãos, parentes, amigos… É assim, pela organização, que conquista-se o respeito. Agora, malhar o pau, criticar, crucificar é muito fácil. E a vida mostra que os que mais acusam, são os piores, quando assumem o poder de alguma forma. Alguém tem algum exemplo? Pesquisem no Google. Será que vocês acham que Marina não será retaliada no meio evangélico por defender a garantia dos bens aos gays e por dizer que não usará o governo para fazer proselitismo religioso?
Não sou evangélico e não sou do PV. Sou Brasileiro. Sou +1 que votará em Marina Silva para presidente.