Marina Silva e o casamento gay

08/06/2010

Parece que o que nossa sociedade tem restrição ou abomina a sinceridade.


O que Marina Silva fez é o que qualquer um de nós faria quando questionados sobre determinado assunto: opinar. E opinar baseado nos valores dela. E se ela negasse a sua posição pessoal enquanto evangélica, ela não seria digna de meu voto. Eu sou obeso, tenho 125kg. E por sê-lo fui muito discriminado por católicos, evangélicos, espiritualistas e por muitos gays. Você consegue ver na face o preconceito. Hoje, eu não preciso de uma lei ou de uma político me defendendo, para que tenham respeito por mim. Eu me respeito e externo isso no meu cotidiano.


Marina crê em Adão e Eva, e eu não. Ela entende o casamento como sacramento religioso e hétero. E eu como uma união de almas, que independe de religião, estado, credo, idade ou sexo. Ela é evangélica. E eu não tenho religião. Marina crê em Deus; os ateus, não; e eu na Vida, pois percebo que há algo mais além que um homem barbudo…, e que a razão e o materialismo são incompetentes para me explicar.


No que se refere aos bens, entendo que deva ser ampliado. Ou seja, um exemplo: você não é gay e é solteiro. Mas sua família não gosta de você, nunca lhe ajudou e sempre lhe explorou. Então, você bate as botas e seu patrimônio de 20 anos vai para a mão de pessoas que sempre lhe desrespeitaram. É justo que você possa determinar para onde vai seu patrimônio, como por exemplo, ir para um orfanato ou um lar espírita ou uma clínica evangélica para drogados; e não para os abutres que sempre lhe detestaram.


Se o direito ao patrimônio está garantido, o fato de querer o casamento gay numa igreja é outro detalhe. No Brasil, por exemplo, há três opções para realizar esse sonho: Igreja Contemporânea, Igreja da Comunidade Metropolitana (ICM) e Comunidade Cristã Nova Esperança. Ou seja, se alguém acha que para casar tem quer ter a bênção de uma igreja, elas estão aí.


E nisso eu pergunto:

Será que é melhor mesmo negar o voto a Marina Silva que foi sincera nas suas verdades? Ou será melhor dar o voto a DR por causa da Bolsa Família e que dará continuidade de alguma forma a: Sarney, Collor, Renan, Jader & Cia.? Ou a JS que vem com todo aquele povo que NÓS tiramos há oito anos atrás? Será que se estivéssemos no lugar de Marina e fôssemos questionados sobre pontos que discordamos ou não aceitamos (enquanto pessoas), teríamos a mesma coragem? Quem garante alguma coisa? Podemos garantir que amanhã teremos o mesmo discurso?


Se algum termo usado por ela foi inadequado, faça-se uma carta esclarecendo. Marque uma audiência. Faça um abaixo-assinado incluindo os gays e seus pais, mães, irmãs, irmãos, parentes, amigos… É assim, pela organização, que conquista-se o respeito. Agora, malhar o pau, criticar, crucificar é muito fácil. E a vida mostra que os que mais acusam, são os piores, quando assumem o poder de alguma forma. Alguém tem algum exemplo? Pesquisem no Google. Será que vocês acham que Marina não será retaliada no meio evangélico por defender a garantia dos bens aos gays e por dizer que não usará o governo para fazer proselitismo religioso?


Não sou evangélico e não sou do PV. Sou Brasileiro. Sou +1 que votará em Marina Silva para presidente.

Comentários

Anônimo disse…
o problema é que submeter o direito de uma minoria a um plebiscito é uma piada.
Osame Kinouchi disse…
Na verdade, Silas Malafaia nao apoiou Marina em 2010 justamente porque ele disse que submeter a questao a um plesbicito, quando toda a midia é a favor do casamento gay, era na verdade apoiar a causa. Silas condena Marina por ela ter engavetado um projeto de lei que colocava uma biblia em cada biblioteca de escola publica. Marina disse que num estado laico isso nao pode ser feito (ela era a relatora do projeto no senado) , daí Silas Malafaia a chamou de falsa cristã...

Postagens mais visitadas deste blog

O SEMCIÊNCIA mudou de casa

Aborto: um passo por vez

Wormholes