Confirmado: compra do Tamiflu ainda não foi finalizada


Parece que obtive um furo jornalístico!
Duas respostas do Ministério da Saúde:


Osame,


O Ministério da Saúde realmente está negociando com o laboratório a compra de mais doses do medicamento Tamiflu. Entretanto, a negociação ainda não foi finalizada. Continuamos à disposição para mais informações.


Obrigada,

Cíntia Castro

Núcleo de Comunicação Interativa Ascom

Gabinete do Ministro Ministério da Saúde
Osame,
Você está correto. A condição do Brasil de não ter evidências para uma transmissão sustentada é algo que pode ser modificado a qualquer momento, tendo em vista o crescimento no números de casos.
Porém, até o momento, a Influenza A (H1N1) se apresenta com os mesmos sintomas e também consequências de uma gripe comum, não necessitando assim, de alarde da população.
E mesmo com a baixa letalidade desta doença, o Ministério da Saúde investe no tratamento da doença e em suas medidas de prevenção. Há fiscalização em todos os meios de transportes internacionais, distribuição de materiais educativos, assim como formulários para que os passageiros preencham com seus dados pessoais. Hoje, o Brasil possui 53 hospitais de referência com quase 900 leitos de isolamento. Os pacientes confirmados com a doença são mantidos em isolamento domiciliar e recebem todo medicamento e acompanhamento necessário. Apenas pessoas com indicação médica ou agravamento no quadro ficam internadas.
(fernanda.rocha@saude.gov.br).


A CBN acabou de noticiar que o Ministério da Saúde do Reino Unido reconhece que a gripe está fora de controle e que agora a fase é de minimizar danos. O Ministério estima que nos próximos dias ocorrerão cerca de 100.000 novos casos por dia! (Por falar nisso, Roque, Rosa e João estão em Londres...)


No Reino Unido é pleno verão. A Argentina está no mesmo caminho (ou já ultrapassou o Reino Unido, dado que apresenta dez vezes mais casos de morte). Depois somos nós. Parece que nossas temperaturas mais quentes não irão nos ajudar.


Quando o Brasil atingir este estágio (dentro de duas semanas?), o governo precisará de, no mínimo, 10.000 caixas de Tamiflu por dia (usando um número hiper-conservador de apenas 10% de infectados tratados) e 1000 novos leitos por dia (usando o índice hiper-conservador de 1% de complicações). Espero que o Ministério esteja fazendo esta conta e que o remédio chegue antes de meados de julho.


OK, OK, eu sei que estou postando demais sobre a gripe. Não é falta de assunto. Mas é que eu dou aula de estatística e sempre ensino a meus alunos que não se deve usar estatística para enganar as pessoas. Assim, fico irritado com a publicação de meias-verdades na imprensa.


Exemplo: para dar a falsa impressão que a gripe ainda não decolou no país, publica-se que até agora 67% dos casos são vindos de fora. Bom, em primeiro lugar, que tal dizer que 33% dos casos são de dentro do país? Segundo, esses 33% são calculados sobre os casos totais (mas os primeiros casos eram todos de fora!), mas o que é importante é saber qual a porcentagem de casos endógenos atualmente: por exemplo, qual é essa porcentagem na última semana? Se a média sobre todos os casos é 33%, então hoje a taxa é bem maior que 33%...


Em todo caso, para variar, publicarei no próximo post fotos da biblioteca da Megan Fox, OK?

Comentários

Anônimo disse…
Bom texo, sugiro refazer alguns cálculos pois os casos que evoluem para grave, mesmo sem usar índice hiper conservados é de menos de 0,5 para o mundo, o caso da Argentina (acima de 2%) se explica pela ineficiencia das autoridades que preferiram dar atenção as eleições e não a saúde pública, visto que o TAMIFLU era admnistrado apenas ao grupo de risco e não aos que apresentaram teste + para a gripe.
Mas como vc falou acredito que o Brasil terá problemas de fornecimento pois o Ministro repetidamente fala que o uso indevido do medicamento provoca resistencia no virus e no caso de virus esta resistencia é adquirida através de mutação e não de seleção como em bacterias, e as mutações são completamente aleatórias e não determinadas pela medicação, acredito que esta informação não completamente errada , mas no mínimo enviesada seja para evitar o uso genaralisado dos poucos medicamentos em estoque, o que não deixa de ser prudente, a verdade as vezes pode criar situações de pânico que só agravariam ainda mais a situação.Por fim tenho ouvido muitos infectologistas dizerem que seria melhor que entrassemos todos logo em contato com esta virose assim mais rapidamente estariamos livre dela, acho que vou viajar de férias a Argentina

Postagens mais visitadas deste blog

O SEMCIÊNCIA mudou de casa

Aborto: um passo por vez

Wormholes