Diálogos sobre o pensamento e a prática científica


Este curso de difusão (3a idade) será oferecido na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto, USP. Será que vou dar conta de falar sobre Ciência e Religião de maneira não trivial? A verificar.


Diálogos sobre o pensamento e a prática científica

Curso de difusão cultural na forma de palestras, em que apresentamos visões sobre a Ciência e suas relações com diversos aspectos que fazem parte do cotidiano das pessoas. Por meio do curso pretende-se contribuir para a educação científica de uma parcela da população que reconhece a Universidade como um centro gerador de conhecimento científico, mas que não identifica uma correlação entre a atividade de pesquisa nela realizada e seus impactos no dia a dia. As palestras serão dadas por docentes do Departamento e colaboradores do DPE FFCLRP e DCM FMRP.

Título - Diálogos sobre o pensamento e a prática científica

Duração: 11 semanas

Período: entre 15 de março e final de maio.

18 de março: Amando Siuiti Ito - Física quântica: no que se aplica.

25 de março: Giulia Crippa - Divulgação científica, ontem e hoje.

01 de abril: Lucília Romão - Linguagem da Ciência e Ciência da linguagem

15 de abril: Rosa Garcia - Ciência na Alimentação

22 de abril: Osame Kinouchi Filho - Ciência e religião.

29 de abril: Luciano Bachmann - Luz ultra-violeta: heroína ou vilã?

06 de maio: Marco Antonio de Almeida - Ciência nos meios de comunicação.

13 de maio: Clarice Sumi Kawasaki - A Biologia que faz falta ao cidadão.

20 de maio: Antonio Carlos Roque da Silva Filho - Inteligência humana e inteligência artificial

27 de maio: Sílvia Maria do Espírito Santo - O conhecimento em uma comunidade indígena

03 de junho: Adelaide de Almeida - Radiações, diagnóstico e tratamento médico

Comentários

Nestor Caticha disse…
Osame, continuando a nossa discussão sobre ciencie e religiao, que ja vai chegar aos vinte anos....

Defina o que voce acha que é religiao......
Religiao como entendida por umas 1000 pessoas no mundo que leram e estudaram....e voce me acusa de ser ignorante por nao ter lido...Chame de R1

ou religiao como entendida por alguns bilhoes de pessoas, que acreditam sim, em maior ou menor grau,em alguma bobagem que vai contra evidencia empirica. Chame R2.

R1 pode parecer interessante,mas nao para mim.
R2 como fenomeno social é muito mais interessante e importante.

Nossas discussoes sempre pararam nestas definicoes. Voce me chamando de ingenuo pois nao li o trabalho de um ou outro estudioso blablalbla
de religiao. Nao me interessa ....é jogo de palavras. O fenomeno social que atinge bilhoes é muito mais interessante e deveria ser estudado usando metodos experimentias. Nao adianta dizer que fulano que é muito sofisticado nao acredita no homem barbudo....etc...ufa...que bom ...mas o interessante é tentar entender porque bilhoes o fazem.

abracos

nestor
Osame Kinouchi disse…
Este é o ponto, Nestor!

Vamos discutir Mecanica Quantica enquanto físicos (MQ1) ou mecânica quantica popular, da New Age, Terapia Quantica, Massagem Qauntica, Gerenciamento Quantico e Cura Quantica (MQ2). Embora MQ2 seja muito mais importante socialmente, acho que é apenas uma distorcao popular de algo muito mais profundo e que vala e a pena ser entendendi em sua profundidade, MQ1. Eu nao quero perder meu tempo discutindo MQ2, atualmente, a não ser que seja em um barzinho...
Nestor Caticha disse…
Discordo totalmente que MQ2 seja mais importante, e voce sabe isso. Se nao souber e achar que estou induzindo-o a concordar, dou alguns argumentos. Mesmo socialmente. Mais de 50% do PIB americano esta baseado em algo que tem a ver com MQ1. Nao vale a pena discutir MQ2 pois a
percentagem , seja do PIB, ou de pessoas que lidam
com MQ2 e ínfimo.
A R1 (1000 pessoas, 10 reais de PIB) nao é interessante a não ser para os que ficam fazendo jogo de palavras.
A R2 (fraca intelectualmente, voce e eu concordamos nisso, acho...) 10^9 pessoas e um
PIB razoavelmente maior que 10 reais, é importante como objeto de estudo científico ou social.
Mas a fração dessas pessoas que entende religiao como R1 é microscópica. Voce é uma pessoa sofisticada, que como diria o analista de Bagé, le bula de remedio.... Foi educado ou conviveu com R2 e usa R1 para defender-se.

Agora se por algum motivo o numero de pessoas educadas que discutem R1 virar 10^9, sera interessante socialmente e entao passara a ser importante. A probabilidade que 10^9 pessoas fiquem sofisticadas é desprezivel.

O mesmo vale para MQ2, que é socialmente, cientificamente e economicamente irrelevante.
Osame Kinouchi disse…
OK, Nestor, concordo que o fundamentalismo americano clássico (1900-? , que nasce numa luta contra o Darvinismo Social), o movimento carísmático (1960 - ?, movimento mistico dentro de igrejas liberais) e o neopentecostalismo (1980-?, avivamento religiosos com doutrina neocalvinista - Teologia da Prosperidade) sao mais importantes em PIB e socialmente que o movimento New Age, a Teologia da Libertação (com a qual tenho simpatias) e as religiões afro-brasileiras. Mas não dá para você discutir "religiao" em abstrato, botando tudo no mesmo saco. Prefiro uma sociedade com Martin Luther King e a missionária que foi assassinada pelos fazendeiros do Amazonas do que uma sociedade que contenha apenas ateus (bonzinhos e mauzinhos). Ou seja, eu ainda prefiro uma sociedade plural, não acho que os cientistas deveriam, por exemplo, trabalhar ativamente para "educar" e extinguir os valores e visões de mundo indigenas, afro-brasileiros e neopentecostais tipo Igreja Universal (que não é uma igreja aceita pelas igrejas tradicionais mas encarada como seita e que, sociologicamente, realmente é um sincretismo entre a umbanda e o neopentecostalismo).

Para discutir com propriedade o tema religião, é necessário dar nomes aos bois... Eu ainda acho que um ateu liberal está mais próximo de um religioso liberal e que um ateu conservador está mais próximo da TFP. O eixo liberal-conservador é mais relevante que o eixo religioso-arreligioso!

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