Pesquisa científica mostra o que todo mundo já sabia
Os homens podem não dizer isso explicitamente, mas há ocasiões em que todos tendem a pensar nas mulheres como objetos --principalmente quando elas estão de biquíni e não mostram o rosto. É isso o que acaba de mostrar um experimento realizado nos Estados Unidos com 21 homens heterossexuais estudantes de pós-graduação, apresentado em Chicago, na reunião anual da AAAS (Sociedade Americana para o Avanço da Ciência).
Talvez seja esse o efeito que explica sucesso que dançarinas mascaradas --como as personagens Tiazinha e Feiticeira-- costumam ter na televisão brasileira. O experimento usou máquinas de ressonância magnética para mostrar que os circuitos cerebrais ativados nos homens durante a observação de um corpo feminino sensual desprovido de identidade são os mesmos que os permitem de reconhecer uma ferramenta, um objeto inanimado.
"Tecnicamente, podemos usar uma espécie de eufemismo neurológico e dizer que o homem não tem essa atitude de uma forma premeditada. É algo que ele não racionaliza", afirma Susan Fiske, professora de Psicologia da Universidade de Princeton, uma das mentoras do experimento. Ela mostrou que o córtex pré-motor dos homens --uma das partes do cérebro mais envolvidas no reconhecimento-- foi a área cerebral mais ativada nos voluntários que observavam fotografias de um colo feminino.
Essa parte do cérebro também é acionada quando é feita uma interpretação mecânica de uma imagem -em oposição a interpretações sociais.
Questionada pela Folha sobre o possível viés cultural que o estudo possa ter --só americanos participaram do experimento-- Fiske disse não crer que o resultado mudaria se o experimento fosse feito em países, como o Brasil, onde mulheres de biquíni são comuns.
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De acordo com a pesquisadora americana, os seus resultados apresentados agora têm algumas implicações práticas. "Um dos desdobramentos pode ser o fato de que um patrão, por exemplo, pode beneficiar certas companheiras de trabalho em detrimento dos demais funcionários da empresa, dependendo de como ele idealiza aquele corpo", diz a psicóloga.
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