O que é pesquisa científica


Em uma palestra ontem aqui no IEA -USP Ribeirão (colocarei o link aqui quando estiver disponível), o novo Diretor de Engenharias, Ciências Exatas e Humanas e Sociais (DEHS) do CNPq, Glaucius Oliva, declarou que a prática corrente de enviar um projeto de pesquisa ao CNPq que na verdade já foi parcialmente realizado e os resultados já são conhecidos de antemão é contraproducente para a pesquisa nacional, deixando-a menos ambiciosa e com visão de curto prazo (basicamente um meio de garantir a bolsa de produtividade).


Entretanto, imagino que essa distorção tem origem no formato pedido para os projetos, no conservadorismo dos assessores e nos requisitos para manutenção da bolsa PQ. Logo, não parece possível que o problema seja solucionado no médio prazo, ainda mais com a ênfase dos projetos patrocinados pelos fundos setoriais terem objetivos muito claros e delimitados.

Duas sugestões para o CNPq:

a) um fundo especial para pesquisas com grande risco mas grande retorno potencial. Dado que o CNPq tem investido dinheiro a fundo perdido em empresas, não deveria ser problema investir a fundo perdido em ciência básica arriscada.

b) criar um portal brasileiro similar ao Innocentive, a fim de agilizar o contato entre inventores e pesquisadores criativos e as empresas e clientes governamentias. Dado que não se patenteia idéias no Brasil, uma recompensa monetária tipo a dada no Innocentive viria bem a calhar...



We're Only Human

Scientific American Mind 21, 66 - 67 (2010)
doi:10.1038/scientificamericanmind0710-66

Comentários

Sebastian disse…
Parte I

Venho lendo e acompanhando as discussões sobre ateísmo, ceticismo, teologismo e etc., nesse blog e gostaria de colocar minhas opiniões da seguinte forma (desculpe-me o professor Osame porque meus argumentos serão um pouco longos, mas somente um pouco, ok?)

1. Anteriormente Osame destacou o seguinte como parâmetro irrevogável, ou ironia metodológica: “E por que a maioria dos criacionistas famosos não são teólogos, mas engenheiros? (como diria Sheldon, "hummm.... engenheiros.... está explicado...).”

No entanto o que mais se vê na direção oposta são homens de ciência se metendo na área teológica para arrasar os conceitos criacionistas, sobrelevando o evolucionismo – inclusive o investigador Osame. Não seria então para se dizer: “hummmm...cientistas, teólogos,...pesquisadores, blogueiros...está explicado!”?

2. Tanto ciência como teologia, no entanto, detem campos de pesquisas válidos embora falíveis – sem a menor dúvida – por isso, dentro do casulo da ignorância humana sobre sua própria origem, observemos todas as contribuições como relativas, necessários exercícios da inteligência racional-cética e exegese-intuicional. E sob enorme aparato de doutores, sábios e autoridades, gostaria de humildemente dizer, para Gaudio dos criacionistas e decepção dos evolucionistas, que nada está realmente encaminhado tanto para teólogos evolucionistas como para homens da ciência atéia oficial. Não é hora de soltar foguetes e comemorar porque teólogos se dizem evolucionistas ou porque a igreja resolveu homenagear o país de Darwin admitindo alguns aspectos menores do evolucionismo.
Sebastian disse…
Parte II

Vejamos o seguinte: LIFESITENEWSCOM – 2006 - de onde retirei 95% das informações a seguir, relata que mais de 500 cientistas doutorados de várias nacionalidades assinaram uma declaração - que a ONU aceitou - divulgando suas não aceitações à teoria darwiniana da evolução. Os mais de 500 cientistas fizeram a seguinte expressa declaração:
“Somos céticos das afirmações defendendo a capacidade da mutação casual e seleção natural para explicar a complexidade da vida. Deve-se incentivar um exame cuidadoso da evidência em prol da teoria darwiniana”.

Dentre os 514 cientistas desses importantes institutos de pesquisas fazem parte membros da Academia de Ciências dos EUA e da Rússia, cientistas britânicos de Universidades de Wales, Coventry, Glasgow, Bristol, Leeds e do Museu Britânico, da Universidade de Cambridge, de Los Angeles, de Berkeley, na Califórnia, de Princeton, da Pensilvânia, da Estadual de Ohio, da Geórgia de Washington, do Instituto Smnithsoniano, do MIT, e de outros países. Incluem-se neste grande grupo, signatários com doutorados em química, biologia, física, matemática, medicina, computação e afins.

Em linha ainda com essa macro-oposição, vejamos o que diz o Dr. John G. West, diretor associado do Centro de Ciência & Cultura do Instituto Discovery. “Os esforços dos darwinistas para usar os tribunais, os meios de comunicação e os comitês acadêmicos para suprimir a dissidência e reprimir o debate estão na verdade inflamando mais dissidência ainda e inspirando mais cientistas a pedir sua inclusão na lista”.

Doutor DAVID Berlinski - matemático e filósofo científico co Centro de ciência e cultura do Instituto Discovery foi muito enfático ao dizer: “A teoria da evolução de Darwin é o grande elefante branco do pensamento contemporâneo, Darwin é volumosa, quase completamente inútil, e objeto de veneração supersticiosa”.

Nesse posicionamento, incluem-se ainda proeminentes autoridades como
- o Dr. Richard von Sternberg, biólogo evolucionário do Instituto Smithsoniano e pesquisador do Centro Nacional de Informações de Biotecnologia dos Institutos Nacionais de Saúde dos EUA.
- o Dr. Lyle Jensen, membro da Associação Americana para o Avanço da Ciência
- o Dr. Giuseppe Sermonti, editor da Rivista di Biologia, a mais antiga revista do mundo sobre biologia ainda em circulação.
- o Dr. Stanley Salthe, biólogo evolucionário e autor de livros escolares.
- o Dr. Lev Beloussov, embriologista da Academia de Ciências Naturais da Rússia.
- o Dr. Philip Skell, membro da Academia Nacional de Ciências dos EUA.
Do original do site LIFESITENEWSCOM, em inglês e destaco o site http://www.discovery.org/scripts/viewDB/filesDB-download.php?command=download&am... ao final do texto com a relação dos dissidentes.
Sebastian disse…
Parte III

“Over 500 PhD Scientists Proclaim Their Doubts About Darwin's Theory
SEATTLE, February 22, 2006 (LifeSiteNews.com)

- Over 500 doctoral scientists have now signed a statement publicly expressing their skepticism about the contemporary theory of Darwinian evolution.
The statement reads: "We are skeptical of claims for the ability of random mutation and natural selection to account for the complexity of life. Careful examination of the evidence for Darwinian theory should be encouraged."

The list of 514 signatories includes member scientists from the prestigious US and Russian National Academy of Sciences. Signers include 154 biologists, the largest single scientific discipline represented on the list, as well as 76 chemists and 63 physicists. Signers hold doctorates in biological sciences, physics, chemistry, mathematics, medicine, computer science, and related disciplines. Many are professors or researchers at major universities and research institutions such as MIT, The Smithsonian, Cambridge University, UCLA, UC Berkeley, Princeton, the University of Pennsylvania, the Ohio State University, the University of Georgia, and the University of Washington.
Discovery Institute first published its Scientific Dissent From Darwinism list in 2001 to challenge false statements about Darwinian evolution made in promoting PBS's "Evolution" series. At the time it was claimed that "virtually every scientist in the world believes the theory to be true."

"Darwinists continue to claim that no serious scientists doubt the theory and yet here are 500 scientists who are willing to make public their skepticism about the theory," said Dr. John G. West, associate director of Discovery Institute's Center for Science & Culture. "Darwinist efforts to use the courts, the media and academic tenure committees to suppress dissent and stifle discussion are in fact fueling even more dissent and inspiring more scientists to ask to be added to the list."
According to West, it was the fast growing number of scientific dissenters which encouraged the Institute to launch a website -- http://www.dissentfromdarwin.org -- to give the list a permanent home. The website is the Institute's response to the demand for information and access to the list both by the public, and by scientists who want to add their name to list.

"Darwin's theory of evolution is the great white elephant of contemporary thought," said Dr. David Berlinski, one of the original signers, a mathematician and philosopher of science with Discovery Institute's Center for Science and Culture (CSC). "It is large, almost completely useless, and the object of superstitious awe."

Other prominent signatories include U.S. National Academy of Sciences member Philip Skell; American Association for the Advancement of Science Fellow Lyle Jensen; evolutionary biologist and textbook author Stanley Salthe; Smithsonian Institution evolutionary biologist and a researcher at the National Institutes of Health's National Center for Biotechnology Information Richard von Sternberg; Editor of Rivista di Biologia / Biology Forum --the oldest still published biology journal in the world-- Giuseppe Sermonti; and Russian Academy of Natural Sciences embryologist Lev Beloussov.

See the full list here:
http://www.discovery.org/scripts/viewDB/filesDB-download.php?command=download&am...”

Grande abraço professor Osame e desculpe utilizar tanto espaço, mas creio que isso é um material e tanto....!
Osame Kinouchi disse…
Prezado Sebastian,

Acho que eu que devo desculpas por dar atenção a numerologia e listas, por exemplo a comparação cientométrica entre os céticos do clima e os defensores das mudanças climaticas antropogenicas (AGA), publicada recentemente no PNAS.

Entretanto, devo reparar duas coisas:

1. A afirmativa "We are skeptical of claims for the ability of random mutation and natural selection to account for the complexity of life. Careful examination of the evidence for Darwinian theory should be encouraged." é ambigua. Lynn Margulis, Stuart Kauffman e Francis Crick, e qualquer outro biólogo que defende outros mecanismos além de mutação aleatória e seleção, assinariam embaixo. Darwin assinaria em baixo, pois ele propôs a seleção sexual além da seleção natural. Os processos de autoorganização do genoma, genétic drift e evolução simbiótica de Margulis tentam dar conta da complexidade da vida e ir além da teoria Darwiniana, mas não são criacionistas. Ou seja, ser cético em relação ao Darwinismo estrito (seleção natural por mutações aleatórias) não significa endossar o criacionismo. Ou seja, eu aposto um kit Colorado com você de que apenas 30% ou menos dessa lista são cientistas criacionistas. Se isso é o caso, e se o Institute Discovery não afirma isso em seu site, me parece que a honestidade intelectual não está sendo respeitada e o público está sendo enganado.

2. A afirmação da PBS procede: mesmo que existissem 500 PhDs famosos criacionistas (e eu até acho que podem existir), então a fração f = 500/N, onde N é o número de cientistas no mundo, é virtualmente zero. Concorda?
Osame Kinouchi disse…
Agora, o que os teólogos criacionistas não devem fazer é afirmar que são maioria entre os teólogos. Isso é falso. Eles são uma pequeníssima minoria mesmo entre os clérigos comuns nos EUA (2% como defendi em post anterior), quanto mais entre os teólogos, que normalmente são as pessoas mais céticas que eu conheço (eu tenho vários amigos teólogos, falo isso de primeira mão).
Sebastian disse…
Prezado Osame:

Não lí na declaração nenhuma menção sobre maioria criacionista. Li sobre centenas de homens da ciência, céticos ao darwinismo. E se assim se posicionam, porque seriam somente 30% criacionistas? Aposta difícil de comprovar.

Particularmente não me incomodo com competições estatísticas neste teor, apenas resolvi apôr esses dados pelo fato de o prezado professor dar excessiva importância à números.

Creio concordarmos que qualidade sobrepôem-se à quantidade. E não consigo deixar de lembrar do draumaturgo Nelson Rodrigues quando afirmava que "toda a unanimidade é burra".

Acho que isso vale para ambos os lados, pois a velha menção: "há mais mistérios entre o céu e a terra do que supõe nossa vã filosofia (e ciência)" continua up to date.
Osame Kinouchi disse…
Prezado Sebastian,

Dado que existem muitos cientistas que ppropoe mecanismos evolucionarios outros que o Darwinismo (por exemplo, a teoria da evolução simbiotica de Margulis), é certo que eles poderiam muito bem assinar a lista sem serem criacionistas.

Assim como você, eu não tenho como saber a fração exata. É por isso que propus a aposta (o kit de cervejas Colorado custa R$ 37,00).

Se você topar, poderiamos fazer assim: Procuramos na Wikipedia a biografia desses 500 cientistas famosos (se são famosos, devem estar na Wikipedia). Dai vemos em quais biografias consta que a pessoa defende o criacionismo, ou se ela apenas propoe teorias complementares ao Darwinismo (pois em geral, tais pessoas não negam que a seleçao natural produz novas especies, mas apenas que não é o unico mecanismo - isso é muito diferente de criacionismo).

Se acharmos menos de 30% de criacionistas, eu ganho a aposta. Que tal?
Osame Kinouchi disse…
Por falar nisso, devo agradecer aos criacionistas que tem comentado. Quase todos foram muito respeitosos e de alto nivel.
Sebastian disse…
Tô fora Osame. Para essas coisas sou muito preguiçoso. Quem sabe outro colega aceite ganhar de você o kit.

Abraços.
Osame Kinouchi disse…
Talvez o Roberto Takata tenha tempo e paciencia para fazer isso... em vez de ficar twitando 24 horas por dia, sete dias por semana...

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