O problema do ateísmo são as mulheres...





Existe um estereótipo de que as mulheres são mais "espirituais". Por estereótipo entendo uma afirmação estatística não baseada em pesquisas extensivas e bem fundamentadas. Esse estereótipo vem, principalmente, de uma estatística sobre a proporção de homens/mulheres que frequentam igrejas (imagino que por volta de 1:3 ou mais) e o número de revistas e livros de autoajuda dirigidos ao público feminino (mas isso pode apenas indicar que as mulheres lêem mais). Em todo caso, vale a pena notar que não existem colunas de conselhos espirituais ou Astrologia na Playboy.

Seria interessante fazer uma estatística sobre a proporção de mulheres dentro do Ateísmo. Na lista de cientistas não-teístas famosos da Wikipédia, existem apenas 5 mulheres em 105 listados (5%), o que parece ser desproporcional mesmo levando-se em conta que existem mais cientistas homens famosos do que mulheres.

Mesmo na lista de atores e atrizes, temos apenas uma proporção de mulheres de 33/187 = 18%. Acho que essa é a maior proporção que pode ser encontrada nessas listas.

Dado a discriminação histórica contra as mulheres, acho que seria razoável supor que a proporção na população de mulheres atéias chega a 25%. Ou seja, um em cada três homens ateus não conseguem arranjar namoradas atéias e passar seus genes adiante. Interessante, pois esse número bate com a proporção de mulheres geeks, acho eu (ou pelo menos é um upper bound), e parece suportar a minha conjectura de que o ateísmo possui bases genéticas ligadas à Sindrome de Asperger (é claro que o teísmo também tem bases genéticas).

Este vídeo mostra uma outra faceta do problema. Acredito que ele revela que as mulheres estão mais preocupadas com uma racionalidade prática (inteligência social) do que uma racionalidade filosófico-científica. Espero que os meus amigos ateus não se ofendam com a representação do rapaz, e os meus amigos religiosos não se ofendam com a representação dos pais da moça...


Comentários

Unknown disse…
Interessante... Acabei de perguntar a duas mulheres aqui pelo MSN por que elas acham que existem mais homens que mulheres que se declaram ateus. De forma bem sucinta uma delas disse que deve ser porque as mulheres são mais sentimentais e sentem a necessidade e se “apegar” a algo. A outra disse que o número de mulheres cientistas é menor, e como a prática científica leva a certos tipos de questionamentos, eventualmente questiona-se a existência de um deus também.
Então vamos levantar algumas hipóteses para esta questão:

Em termos emocionais parece-me que as mulheres tendem em sua base biológica valorizar bastante a questão do cuidado, em que a figura de um pai ou algo que protege é muito importante, principalmente em relação aos seus filhos.

Outro fator: sem dúvidas a prática científica tem um peso muito grande no questionamento da existência de um ser superior. Então é necessário ver a proporção entre homens/mulheres cientistas e baseada nesta proporção ver qual a proporção de mulheres atéias/agnósticas. Agora realmente se excluir o fato de serem mulheres cientistas, mulheres envolvidas com outras atividades realmente o número de mulheres descrentes é bem pequeno.

Então por que em ambientes não-científicos o número de mulheres atéias é provavelmente menor? Possivelmente a sociedade de certa forma patriarcal e machista em que vivemos pode contribuir para isso. Como as mulheres são historicamente intelectualmente submissas aos homens pode ser que este seja um forte indício para que o número de mulheres atéias/agnósticas seja menor, ou seja, fatores culturais.

Em relação ao fator genético, penso que possa de alguma forma contribuir. Mas todo biólogo sensato sabe que as bases genéticas, principalmente em questões comportamentais humanas, apenas contribuem e não determinam. É claro que há fatores fortemente genéticos, mas em geral não há um percentual definido para todas as características expressas, as variáveis são muitas. Então mesmo que haja filhos de gerações de ateus, se a criança for educada em um ambiente religioso dogmático pode até ser que mesmo sendo instigada a realizar questionamentos em sua vida adulta acerca da existência de uma divindade ela não duvide da inexistência de um deus. Conclusão: o meio sobrepôs a tendência genética.

Penso que o que deve ficar claro é que as bases genéticas, vendo esse caso da Síndrome de Asperger pode ter sim forte influência genética dados os sintomas apresentados. Porém, como disse, não há uma regra para saber se um gene irá afetar ou não. Há vários casos de mosaico. A rede de interação entre genes é tão complexa que ainda é muito perigoso dizer que se descobriu o gene disto ou daquilo. O fato de ser apresentado desta forma pelos geneticistas é mais uma forma de atrair recursos financeiros, o que de fato é importante para eles. Não desmerecendo o trabalho, mas sabe-se que há todo um interesse econômico por trás do financiamento científico, o que acaba de certa forma criando uma imagem que não é real.
Osame Kinouchi disse…
Acho que seria uma interessante pesquisa estatistica, poderia ser feita pelo IBOPE ou DATAFOLHA, ou seja, medir a opção religiosa em função do sexo.

Não acho que o ateismo se correlacione bem com nivel educacional. Lembrome de uma pesquisa (da VEJA, argh!) onde se encontrava que a maior proporção de ateus se encontra na Bahia, seguido por outros estados como Tocantins, Mato Grosso etc, que não se destacam por seu nível educacional.

Fiz uma pesquisa piloto alguns anos atrás na posgraduação da USP São Carlos. Verifiquei que os doutorandos são mais religiosos que os mestrandos, que são mais religiosos que os graduandos, que são mais religiosos que os estudantes do ensino médio.

Acho que isso se deve a dois fatores: idade e capacidade de elaboração intelectual.

Ou seja, uma pessoa de 30 anos pode citar Jung, Campbell ou Amit Goswami em defesa de suas crenças espirituais, o que um graduando ou adolescente não pode fazer.

Sendo assim, a educação irá promover um aumento da religiosidade, não o contrário. Como as mulheres leem mais livros New Age e de Auto ajuda, isso poderia explicar a desproporção.

Já a maior proporção de ateus são jovens homens das classes baixas, onde a vida dura e o contato com o sofrimento leva à descrença em um Deus benigno. Bom, pelo menos foi isso que deu na pesquisa da VEJA.
Unknown disse…
Estranha essa pesquisa da Veja, pois vivo na Paraíba, um dos Estados mais pobres do Brasil, e não percebo a correlação entre pobreza e descrença em um deus bondoso. Pelo contrário, quanto mais pobre uma pessoa é parece que a crença é ainda mais forte. Não sei o que houve com esses dados da Bahia, deve envolver outros fatores além da questão social. Outro exemplo claro é: se realmente houvesse forte impacto da pobreza e sofrimento em relação ao ateísmo a África apresentaria os maiores índices de ateísmo em relação aos outros continentes. Não desconsidero que o sofrimento possa de alguma forma influenciar a descrença, mas penso que não é muito forte. É claro que há casos que possa ser o motivo mais forte, porém ainda acho que é minoria.
Osame Kinouchi disse…
Realmente os resultados dessa pesquisa da VEJA são um misterio para mim. Será que houve falha metodológica?

http://veja.abril.com.br/261207/p_070.shtml
Unknown disse…
vim tarde, mas quero contribuir, o2014, kkk, mas enfim
eu sou "ateia" (nao sei s eh o termo correcto). e acho q podem existir mais mulheres ateias em relacao a percentagem referida. para alem d as mulheres serem mais sentimentais, temos q olhar para o papel do homem e da mulher numa determinada sociedade, a atribuicao de um papel para o homem e para a mulher na sociedade, podem camuflar o seu ego, em especial da mulher, q eh obrigada a seguir regras, enquanto que o homem torna-se mais livre a escolhas. maior parte das mulheres escondem-se por causa do olhar da sociedade em relacao a sua opiniao. portanto eu acho q a sociedade bloqueia a mulher ja desde pequena para nao ter certas ideias ou pensamentos, se auto-julgando. enquanto o homem conseguem trazer o seu ego a mulher tem o supe-ego a dominar a sua vida. nao eh por acaso q o homem tem mais facilidade em atingir o orgasmo diferente das mulheres q estam cheias de principios em suas cabecas, q nao as deixam relaxar na hora H (Desculpa misturar assuntos, mas para mim eh irrintante essa coisa q o mundo fez com as mulheres)...bjo espero ter contribuido de forma positiva, this is my things
Anônimo disse…
É a pura verdade...ótima explicação!

Postagens mais visitadas deste blog

O SEMCIÊNCIA mudou de casa

Aborto: um passo por vez

Oscilações e ruído nos dendritos?