Quem tem medo de Marina Silva?
Como diretor do éoqhá gostaria de responder as suas questões. Primeiro, como adventisas e cristãos acreditamos e defendemos um estado laico não envolvido com qualquer organização religiosa (veja nossa crítica quanto ao modelo fundamentalista cristão nos EUA que abordamos no episódio sobre Política e Religião e as iniciativas da Igreja Adventista quanto a tolerância religiosa, mundialmente reconhecida por esforços nessa área). Ao entrevistar a ministra, perguntamos suas opiniões pessoais quanto ao assunto, e acredito que essa proposta foi bem cumprida nessa entrevista.
Outro aspecto importante, é que se você olhar a programação a ministra palestrou sobre a preservação do meio ambiente e não sobre o criacionismo.
Em OFF aqui para vocês, mas algo que me chamou muito a atenção foi a integridade dela. Ela não aceita presentes acima de 100 reais. Por isso ela nem aceitou que a instituição pagasse a estadia dela, que ficou por conta da igreja que ela frequënta (que aliás cobriu todas as despesas). [Ou seja, Marina estava atuando como pessoa física e não como Ministra de Estado (pois neste caso, o Ministério pagaria suas despesas)]
Um comentário de um leitor:
Falou-se na Constituição. Com todo respeito. Sou um simples estudante de direito e, com a devida venia, estudo a carta magna com afinco. O estado é laico. Definitivamente. Mas a mesma constituição garante o livre pensamento e garante a liberdade religiosa. Assegura a liberdade, sendo que qualquer pessoa (inclusive uma cristã, como a ministra)pode ocupar cargo público.
Qualquer conhecedor atento tanto da constituição, quanto da legislação infraconstitucional, sabe que há uma sensível diferença entre cargo público e agente. Não se pode confundir o Estado laico – com seus cargos e funções (que decorrem daqueles), com o princípio de impessoalidade esculpido no art. 37 da CF – com o agente político.
Creio que ela não deveria fazer tais declarações em exercício de função, como p. ex., em documentos oficiais do estado, ou em impor tal ponto de vista em ato administrativo que deva ser obedecido pela estrutura estatal. Mas daí dizer que um agente político não pode expressar suas idéias porque o estado é laico? Isso sim é um absurdo!
Precisamos saber que existem maneiras diferentes de ver a vida. O Estado não toma posição, e nem o deve. Ele não deve proteger um em detrimento do outro! O que deve fazer é formar uma estrutura onde todos pontos possam conviver. Isto é o estado laico. O mesmo estado que oficialmente não subvenciona qualquer religião, é o mesmo que ASSEGURA E PROTEGE A LIBERDADE RELIGIOSA.
Comentários
Agora, se for sobre misturar política e religião, o molusco-mór terá algumas coisas para ensinar à acreana:
http://www.estadao.com.br/noticias/nacional,,429197,0.htm
http://jus2.uol.com.br/pecas/texto.asp?id=881
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[]s,
Roberto Takata