Quem tem medo dos blogs?
Os blogs jornalísticos amadores foram de início considerados pelos jornalistas como uma moda passageira ou apenas motivo de irritação devido a uma concorrência potencial. O primeiro impacto foi absorvido pelos jornalistas profissionais ao lançarem seus blogs jornalísticos (basicamente suas velhas colunas com caixa de comentários), que possuem muito maior acesso por pertencerem à midia convencional.
Mas a iniciativa tomada pela Petrobrás, com seu blog institucional Fatos e Dados, parece colocar em outro patamar a relação entre blogs e jornalismo tradicional. O que está em jogo é o monopólio (da manipulação?) da informação pelos jornalistas.
A classe dos jornalistas é engraçada. Dada sua formação em geral humanista, são os primeiros a reconhecer, por exemplo, que a atividade científica não é neutra mas sim influenciada pela dinâmica social. Críticas sobre a pretensa autoridade dos cientistas sobre "a verdade" também são comuns no meio jornalístico. Me pergunto até que ponto tais críticas, que são corretas, não estariam sendo instrumentalizadas na defesa de uma pretensa autoridade e imparcialidade do jornalista que basicamente é um mito:
1. A liberdade do jornalista é um mito se levada em conta as reais pressões de colegas, donos e patrocinadores de seus jornais. Se conceitos como neutralidade e imparcialidade são questionados na própria atividade científica, fica difícil acreditar que existiriam na prática jornalística.
2. O jornalismo é o "quarto poder", um poder talvez tão importante quanto os outros três da república, mas que sofre apenas pressões de mercado mas não renovação democrática. Alguém já viu eleição para redator ou dono de jornal?
3. O velho adágio "o jornalismo é a arte de falar mentiras dizendo apenas a verdade" deve ter sua razão de ser. Seria interessante ter um catálogo das práticas jornalísticas anti-éticas para nos prevenir. Por exemplo, durante muito tempo eu estranhei essa mania dos jornalistas de preferirem fazer entrevista por telefone em vez de por email. Eu achava que era um anacronismo bobo, mas agora com o blog da Petrobrás é que percebi que o objetivo é evitar o registro da entrevista. O jrnalista pode distorcer suas palavras a vontade, dado que você nunca poderá provar que não disse aquilo que ele afirma que você disse.
4. Seria interessante se os jornais tivessem um comitê de ética, afinal o que o jornalismo basicamente faz é experimentação não controlada com vidas humanas.
5. Em todas as guerras você uma atuação clara do jornalismo na preparação, incentivo e manutenção da moral. As excessões confirmam a regra. A ciência militar fornece os meios, a economia/política/ideologia fornece os fins e os jornais fornecem os (pretensos) fins.
Voltando ao caso do blog da Petrobrás, me parece que outros do mesmo tipo surgirão em breve. Os jornalistas vão ter que se adaptar. Afinal, a coluna de 'Erramos" vai ficar do tamanho da internet...
Mas a iniciativa tomada pela Petrobrás, com seu blog institucional Fatos e Dados, parece colocar em outro patamar a relação entre blogs e jornalismo tradicional. O que está em jogo é o monopólio (da manipulação?) da informação pelos jornalistas.
A classe dos jornalistas é engraçada. Dada sua formação em geral humanista, são os primeiros a reconhecer, por exemplo, que a atividade científica não é neutra mas sim influenciada pela dinâmica social. Críticas sobre a pretensa autoridade dos cientistas sobre "a verdade" também são comuns no meio jornalístico. Me pergunto até que ponto tais críticas, que são corretas, não estariam sendo instrumentalizadas na defesa de uma pretensa autoridade e imparcialidade do jornalista que basicamente é um mito:
1. A liberdade do jornalista é um mito se levada em conta as reais pressões de colegas, donos e patrocinadores de seus jornais. Se conceitos como neutralidade e imparcialidade são questionados na própria atividade científica, fica difícil acreditar que existiriam na prática jornalística.
2. O jornalismo é o "quarto poder", um poder talvez tão importante quanto os outros três da república, mas que sofre apenas pressões de mercado mas não renovação democrática. Alguém já viu eleição para redator ou dono de jornal?
3. O velho adágio "o jornalismo é a arte de falar mentiras dizendo apenas a verdade" deve ter sua razão de ser. Seria interessante ter um catálogo das práticas jornalísticas anti-éticas para nos prevenir. Por exemplo, durante muito tempo eu estranhei essa mania dos jornalistas de preferirem fazer entrevista por telefone em vez de por email. Eu achava que era um anacronismo bobo, mas agora com o blog da Petrobrás é que percebi que o objetivo é evitar o registro da entrevista. O jrnalista pode distorcer suas palavras a vontade, dado que você nunca poderá provar que não disse aquilo que ele afirma que você disse.
4. Seria interessante se os jornais tivessem um comitê de ética, afinal o que o jornalismo basicamente faz é experimentação não controlada com vidas humanas.
5. Em todas as guerras você uma atuação clara do jornalismo na preparação, incentivo e manutenção da moral. As excessões confirmam a regra. A ciência militar fornece os meios, a economia/política/ideologia fornece os fins e os jornais fornecem os (pretensos) fins.
Voltando ao caso do blog da Petrobrás, me parece que outros do mesmo tipo surgirão em breve. Os jornalistas vão ter que se adaptar. Afinal, a coluna de 'Erramos" vai ficar do tamanho da internet...
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