Gripe suína chegou em Ribeirão


Perdi a aposta que fiz com minha filha Juliana. Eu apostei R$ 30,00 reais que a gripe suína chegava antes do dia 15 aqui em Ribeirão Preto. O primeiro caso confirmado foi divulgado hoje, dia 19. Errei por quatro dias... e ela ganhou R$ 30 para gastar na Feira do Livro.


Mas continuo apostando que a gripe sairá de controle até o final do mês. É tudo uma questão de equações de dinâmica epidemiológica. Falar que a gripe não está se propagando de forma autócne hoje é verdade, mas sugerir que isso deveria ser fator de alívio ou segurança é apenas desinformação. Como dizem, jornalismo é a arte de falar mentiras dizendo apenas a verdade...


PS: Pelo gráfico, no último mês o crescimento de casos confirmados cresce exponencialmente, com duplicação a cada 14 dias, mesmo com vários países deixando de contabilizar os casos leves.
No final do inverno (final de agôsto) seriam atingidos 1 milhão de casos. Faltaria multiplicar pelo fator que dá a razão entre casos totais por caso reportado (um fator de 20?).

Comentários

Flavia disse…
Oi, Osame,
Interessante a indicação: nada como físicos para ver um problema de forma matem´´atica, o que é bom. Talvez você possa ajudar com isso, mas não sei se uma análise exponencial sem levar em conta certos parâmetros vai ser realista. Isto eu digo levando em conta
1. a geração de dados. Pelas minhas leituras, constam dos dados gerais tanto os casos apontados como suspeita de gripe suina, quanto os confirmados por exame laboratorial. Como não sei como foram gerados os dados do gráfico, então apenas aponto o problema. Desde março, quando começou-se a lançar o alerta de uma nova cepa de vírus, os dados eram extrapolações (é preciso ver como são gerados: a presença de certas sintomatologias fora da época de gripe comum relatada por médicos aos centros de controle foram os responsaveis pela geração dos primeiros dados, que são distintos da identificação laboriatorial do vírus, que só ocorreu posteriormente, sendo que as primeiras mortes no méxico, assim como outras mortes, não foram identificadas, mas constam dos dados gerais devido à sintomatologia apontada pelos médicos, e em alguns casos não se conseguiu autorização das famílias para a necrópsia)

2. toda gripe é sazonal, de forma que depende de outros complexos, e uma extrapolação matemática do seu desenvolvimento pode não ser realista.

3. O pânico gerado levou, entre outras coisas, que as pessoas organizassem "swine flu parties", para que as pessoas pegassem o vírus (ou o que quer que elas achassem que poderia ser o vírus) já que não há vacina. Isto pode estar se rebatendo sobre os dados, gerando um espalhamento forçado do vírus pelas populações.

3. os dados de virulência, ou melhor, de letalidade, o que incide sobre a medida de virulência são gerados contabilizando-se o numero de casos que chegam aos hospitais e o número de mortes (e ainda é difícil saber se estes dados são extrapolados pelos dados sintomatologicos ou pelos dados confirmados laboratorialmente), mas é possível supor que, por ser um virus transmitido por ar (e, ao contrário do que se pensa, usar máscara, deixar de dar beijocas, lavar mais as mãos, tomar vitamina C... nada disso impede que o vírus se expalhe) o que leva a crer que para a parcela da população que vai procurar o médico por ter sintoma de gripe existe uma parcela ainda maior que fica tomando chazinho em casa, e não consta dos dados médicos.

Mais do que isso, gostaria de apontar para um fator sociologico da coisa:

Alguns dados sugerem que há a alimentação do pânico. Há algum tempo (ainda não tenho dados sobre isto, mas é recente) vem se formando uma nova rede mundial de controle de pandemias que precisa de recursos para crescer. Que uma rede mundial de controle de pandemias precise existir é indiscutível. Essa rede é necessária, assim como as pesquisas espaciais são necessárias. O que venho discutindo é o uso do terror, mediado pelas agências de notícias, com vistas ao angariamento de recursos para essa rede. Uma das coisas que acho muito serias é que o terror controle a forma como recursos públicos sejam gastos (os próprios dados tem demonstrado que as populações mais afetadas pela falta de alimentação e de políticas saúde adequadas são os grupos de risco de letalidade, o que aponta para a hipotese de que tais “ameaças” podem ser controladas de forma muito mais eficaz com a aplicação de recursos públicos nessas àreas mais basicas, ao invés do uso para gastos bilionários com o desenvolvimento de vacinas, quando nem a vacina para a gripe comum não se mostra muito eficaz)

Então vou sugerir dois posts

http://algodao.algumlugar.net/2009/07/a-gripe-suina-o-panico-e-o-terror-como-instrumentos-de-crescimento-de-um-novo-leviata-da-saude

e

http://algodao.algumlugar.net/2009/07/mais-alguns-dados-sobre-a-gripe-suina/
Osame Kinouchi disse…
Flávia,

Minha impressão é a contrária da sua: existe um acordo de cavalheiros entre a midia e o Ministerio da Saude para minimizar o noticiario, dando sempre noticias tranquilizadoras, a fim de evitar prejuizos economicos e politicos.

Preste atenção como são formuladas as frases das notas do Ministerio da Saude para a imprensa.

Na Folha de São Paulo, noticias sobre a gripe aparecem aqui apenas na Folha Ribeirao. Pequenas notas com o mínimo de alarde.

A OMS inclusive nao atualiza seus boletins do H1N1 desde o dia 06 de julho. Se isso é terrorismo, então é muito incompetente! rs

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