Dawkins e o Beijo de Juliana


Raphael

Leonardo

Juliana

Mariana


Uma amiga recebeu este recado da filha no Orkut:

Porque eu te αmo αcimα de quαlquer coisα ..
porque você é α
únicα pessoα que eu tenho certezα que so quer o meu bem ...
eu
prometo de todo o meu corαçαo que nαo vou e mαndαr prα um αzilo quαndo você ficαr velhα ..
sαbe porque ?
porque
eu te αmo , e é prα sempre.

Bom, acho que Dawkins diria que este comportamento representa uma estratégia evolutiva de genes egoístas com bastante sucesso. Se a criança consegue fazer a mãe acreditar que ela a ama, a probabilidade dela ser melhor cuidada e sobreviver aumenta. Crianças que não faziam isso acabaram morrendo. É um comportamento que a Psicologia Evolucionária explica...

Mas essa explicação científica, correta em todos os pontos, deixa alguns de nós chateados, porque gostaríamos de acreditar (ter fé?) no sentimento da criança. Como conciliar a visão científica com a visão tradicional de que crianças podem amar seus pais (às vezes). Ou devemos abandonar qualquer esforço de conciliação e rejeitar ou Dawkins ou o sentimento de nossos filhos?

Este é o tema do livro O Beijo de Juliana, ver aqui também. Acho que eu preciso deixar esse tema mais claro ao longo do livro, que o tema seja o fio condutor da história, como me sugeriu a Suzana Herculano-Houzel. Na próxima versão, tentarei fazer isso...


Comentários

paulolvilar disse…
Acho bem simples, as crianças que amam seus pais, e consequentemente demonstram isso, são/foram bem cuidadas e sobrevivem/sobreviveram mais :).

Em contrapartida, poderia ser pensado que elas só precisariam fingir que amam os pais, mas considero essa a explicação mais complicada para o caso.
Osame Kinouchi disse…
Você está sugerindo que o amor é um sentimento que surgiu evolucionariamente para aumentar a probabilidade de que uma mãe ou um(a) companheiro(a) cuide da gente? É uma hipótese de psicologia evolucionária muito interessante, talvez até original? Seria testável?

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