Heloisa Helena apóia Marina Silva

20/10/2009 07:34

Folha Online/IZ
A presidente nacional do PSOL, Heloísa Helena (HH), sugeriu ao partido a abertura de negociação formal com a presidenciável Marina Silva, do PV.

A proposta foi feita à comissão Executiva do PSOL, que ainda não deliberou. HH praticamente descartou a hipótese de disputar o Planalto em 2010.

Disse aos demais dirigentes do partido que, inviabilizando-se o acerto com Marina, prefere que o PSOL seja representado na sucessão por outra pessoa.

Citou o nome de sua preferência: o ex-deputado Milton Temer, do Rio. A outra opção da legenda é Plínio de Arruda Sampaio, ex-deputado por São Paulo.

Ouvida pelo blog, HH disse que tende a comparecer às urnas como candidata ao Senado: “Quero que Alagoas tenha uma alternativa...”

“...Se o meu Estado quiser ser representado por pessoas como Collor e Renan, é um direito que ele tem. Mas quero oferecer uma alternativa”.

Vista como nome mais forte do PSOL para a eleição presidencial -encosta em Aécio Neves nas pequisas-, HH soa como se já tivesse descartado essa hipótese:

“Eu ser candidata à Presidência da República hoje seria puro mecanismo eleitoreiro. Nada haveria de compromisso programático e ideológico”.

Um pedaço do PSOL torce o nariz para a composição com Marina. A aversão é maior ao PV do que à senadora.

Amiga fraternal de Marina, HH recusa a tarefa de comparecer à campanha como opositora da candidata do PV.

“Não vou para uma campanha eleitoral para fazer uma disputa ideologizada com a Marina. De jeito nenhum”.

HH está bem-posta nas pesquisas eleitorais feitas m Alagoas. Figura como favorita na disputa de uma cadeira no Senado.

A despeito disso, afirma que não se deixa pautar pelo favoritismo. Ela evoca a eleição presidencial de 2006. Era senadora à época.

Tinha diante de si chances reais de ser reeleita. Para projetar o PSOL nacionalmente, foi à refrega presidencial sabendo que ficaria sem mandato.

“Se eu fizesse política pautada pela viabilidade eleitoral, não tinha voltado para a sala de aula”, diz HH.

Depois da derrota de 2006, a ex-senadora viu-se compelida a retomar o cargo de professora na Universidade Federal de Alagoas. Em 2008, elegeu-se vereadora.

Se dependesse apenas da vontade de HH, o PSOL se coligaria com o PV de Marina.

“Tenho uma amizade pessoal com Marina. Somos irmãs. Compartilhamos questões familiares e preocupações políticas...”

“...Ela me ligou antes mesmo de deixar o PT, para saber se eu seria candidata à Presidência”.

A proposta de formação de uma comissão do PSOL para negociar com o PV foi feita por HH há cerca de um mês.

Na quinta-feira (15) da semana passada, em nova reunião, ela reiterou a sugestão. Mas a Executiva do PSOL pediu tempo.

Deliberou-se que o partido só tomará uma decisão final em março de 2010. Algo que, na opinião de HH, não impede que a legenda se mexa.

O repórter apurou que o PV não cogita entregar ao PSOL o cargo de vice na chapa de Marina. Esse é um dos empecilhos.

O outro é o fosso ideológico que separa as duas legendas. O PV adota uma política de alianças que a turma do PSOL considera demasiado elástica.

Nos Estados e nos municípios, o partido de Marina participa de governos comandados pelo PSDB, pelo PT e até pelo DEM.

Comentários

Dedalus disse…
Caro Osame,

Interessante lembrar como a política funciona: "Tinha diante de si chances reais de ser reeleita. Para projetar o PSOL nacionalmente, foi à refrega presidencial sabendo que ficaria sem mandato." E quem se elegeu como senador na vaga de Heloísa? Ou seja, consciente ou não, HH atendeu aos chamados da imprensa (ou seria da direita? Bem, aqui no Brasil parece que são a mesma coisa...), foi candidata a presidente sem a menor chance de ganhar, com a justificativa de "projetar o PSOL nacionalmente", mas tendo como bônus facilitar o retorno de Fernando Collor à vida de Brasília e tirar uns votos do Lula, ajudando na realização de um segundo turno tão desejado pelo PSDB. Conclusão? Deixo para quem quiser fazer a partir da fala de HH: "Tenho uma amizade pessoal com Marina. Somos irmãs. Compartilhamos questões familiares e preocupações políticas..."

Um abraço!

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