KNUT e o Beijo de Juliana
José Reinaldo Lopes, do Visões da Vida no G1: É sempre horrível quando você descobre que virou alvo de uma chantagem emocional, daquelas bem safadas, e caiu feito um patinho. Estou me referindo ao sujeito felpudo aí embaixo. A saga do ursinho Knut, órfão de pai, abandonado pela mãe e astro do Zoológico de Berlim, colocou os leitores do G1 em polvorosa nesta semana. Dezenas de e-mails e centenas de comentários no nosso blog rugiam de indignação e revolta. Ninguém conseguia engolir a proposta, feita por alguns ativistas dos direitos dos animais alemães, de sacrificar o bichinho. (O argumento deles: Knut teria uma criação “não-natural” e sofreria demais com a separação inevitável de seu tratador.) Como é que alguém seria capaz de erguer a mão contra uma fofura daquelas?
Vamos admitir: qualquer pessoa normal (OK, menos ativistas alemães) se derrete diante de filhotes como Knut. É um troço visceral. Daí a minha acusação – por favor, não entenda errado – de chantagem emocional. A carinha de um urso-polar bebê é o equivalente psicológico de um golpe baixo, atravessa as nossas defesas, comove corações de pedra. Em certo sentido, não é exagero dizer que a mente humana está programada para gostar do ursinho Knut.
Para ler mais, vá para o Visões da Vida.
Se alguém estiver interessado, o conflito entre a visão cotidiana (crianças são bonitinhas e devem ser protegidas) e a visão do Gene Egoísta (crianças são bonitinhas a fim de serem protegidas) é o tema do livro que nunca será publicado O Beijo de Juliana - Quatro físicos teóricos conversam sobre crianças, ciências da complexidade, biologia, política, futebol e religião.
Comentários
Só é lamentável que espécies que não têm este apelo (a fofura) sejam negligenciadas.