Áustria, de novo...


O partido Social-Democrata da Áustria deve conquistar a maioria dos votos nas eleições legislativas antecipadas de domingo (28), mas os partidos de extrema-direita tiveram um avanço significativo nas urnas, de acordo com dados do Ministério do Interior do país.

Resultados preliminares oficiais indicam que os social-democratas obtiveram 29,7% dos votos e os partidos de extrema-direita, 29% --18,01% para o Partido da Liberdade e 10,98% para a Aliança para o Futuro da Áustria.

O Partido do Povo, de tendência conservadora, que fez parte de uma coalizão com os social-democratas --e que se dissolveu depois de 18 meses no governo-- conquistou 25,6% dos votos.

Analistas dizem que é difícil prever como será formada a próxima coalizão que deve governar o país. Um total de 183 assentos no Parlamento esteve em jogo nas eleições de domingo.

As eleições antecipadas foram convocadas após o colapso da coalizão entre o Partido Social-Democrata e o Partido do Povo.

Descontentamento

A correspondente da BBC em Viena, Bethany Bell, disse que a boa votação da extrema-direita se deve a um sentimento contrário à União Européia, à imigração e a um descontentamento em relação aos dois partidos centristas tradicionais.

Segundo Bell, o avanço da extrema-direita foi "um tapa na cara" dos partidos centristas, que tiveram o seu pior resultado nas urnas desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

Os resultados finais da eleição só serão divulgados no dia 6 de outubro, depois de apurados os votos enviados pelo correio.

Pela primeira vez em um país da União Européia (UE), jovens de 16 e 17 anos puderam votar. Este grupo representou cerca de 200 mil pessoas em um colégio eleitoral de 6,3 milhões.

As últimas eleições haviam sido realizadas em outubro de 2006. A formação do gabinete de governo demorou seis meses.

O desempenho da extrema-direita nestas eleições foi o melhor desde 1999, quando o Partido da Liberdade conquistou 28% dos votos e garantiu um lugar na coalizão de governo com os conservadores.

O cenário da época despertou indignação em várias partes da Europa e, durante vários meses, a Áustria foi submetida a sanções da UE.

De acordo com analistas, a extrema-direita pode agora voltar a integrar o governo, mas só depois que todas as demais opções se esgotarem.

Entre estas opções está uma ampla coalizão --opção que desagrada a maioria dos austríacos-- ou a formação de pactos com o Partido Verde ou dois outros partidos menores.

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