Conservadores são mais medrosos ou medrosos são mais conservadores?
Hummmm.... Eu já desconfiava dessa correlação (lembrando que correlação não é causação). Talvez os conservadores tenham uma amigdala hipersensível, tornando-os mais suscetíveis à transtornos de ansiedade.
Eu já notei que, em geral, pessoas de classe média mais conservadoras não defendem suas opiniões políticas de forma racional mas sim basicamente expressam opiniões emocionais cheias de falácias ligadas à argumentos relacionados a medo e ansiedade. Em especial, usam as falácias do tipo falso dilema, apelo às consequências, apelo ao medo e apelo à probabilidade (rampa deslizante).
O grande medo delas é que os pobres façam algum tipo de revolução que destrua o mundo confortável e protegido onde elas vivem (o que é muito improvável), ou que os marginais se vinguem usando atos de violência sádica (o que é mais provável).
Um estudo realizado nos Estados Unidos sugere que a opção política em cada indivíduo pode estar relacionada com a sensibilidade ao medo.
Publicada na edição dessa semana da revista "Science", a pesquisa afirma que pessoas com atitudes sociais radicalmente diferentes também diferem na sua reação fisiológica ao medo.
Segundo os resultados, as pessoas mais sensíveis ao medo e a ameaças tendem a ter opiniões políticas geralmente associadas às idéias dos partidos conservadores - como o apoio à pena de morte, aos gastos em defesa nacional, à Guerra no Iraque e a oposição ao aborto.
Em contrapartida, o estudo sugere que as pessoas menos afetadas pelo medo e que demonstram respostas fisiológicas mais contidas são mais propensas a apoiar políticas mais liberais de imigração, pacifismo, controle de armas e ajuda internacional - fatores normalmente relacionados com a opção de esquerda.
Reações
Para chegar aos resultados, os pesquisadores da Universidade de Nebraska-Lincoln analisaram as respostas de 46 voluntários com fortes opiniões políticas sobre diversos assuntos - da guerra no Iraque às políticas de imigração.
Depois dessa análise, feita a partir de questionários, os pesquisadores mediram a resposta fisiológica dos participantes quando expostos a uma série de sons e imagens.
A análise foi feita de duas formas: na primeira, os cientistas monitoraram as reações através de um aparelho que mede a variação da condutividade elétrica na pele enquanto os participantes assistiam às imagens que mostravam cenas neutras misturadas a outras mais "ameaçadoras" como uma aranha grande ou uma ferida aberta.
Sons repentinos também foram colocados para tentar "assustar" os participantes.
Na segunda, os pesquisadores mediram a força com que as pálpebras dos voluntários se fechavam quando eles piscavam.
"Os pesquisadores descobriram que essas reações se correlacionavam de maneira significativa conforme a posição social mais conservadora ou liberal de cada participante", diz o texto da "Science".
Segundo o estudo, as pessoas que apoiavam mais as políticas de "proteção à unidade nacional" demonstraram mais alterações na condutividade da pele quando expostos à imagens mais ameaçadoras do que aqueles que não apoiavam essas políticas.
Diferenças
De acordo com John Hibbing, que coordenou o estudo, a pesquisa não tem relevância política, mas pode explicar porque é tão difícil mudar a opinião de uma pessoa durante uma discussão sobre política.
"As pessoas estão experimentando o mundo e as ameaças de forma diferente", disse.
"Existem orientações psicológicas diferentes. Não temos certezas de onde elas vem, podem ser genéticas, podem estar ligados a algum acontecimento da infância. O que sabemos, no entanto, é que são profundas porque são um reflexo - não é algo que você possa mudar amanhã", afirmou Hibbing.
Para ele, os resultados ajudam a compreender porque algumas pessoas são tão teimosas em suas opiniões políticas.
Comentários
Dei uma lida.. Conteúdo bem sério eu diria... Mas bacana pra quem curti..
Abração..
Sarna ~ www.quartouniversitario.blogspot.com