Modelos são menos felizes e satisfeitas, diz pesquisa


Ok, ok, deixa eu esclarecer porque fico colocando notícias aparentemente banais aqui. Primeiro, estou juntando uma série de pesquisas estatísticas curiosas que possam despertar o interesse das minhas turmas de Estatística deste ano. Acredito que a notícia abaixo, por juntar Psicologia e Estatística, cai como uma luva para a minha turma de Estatística Aplicada I para Psicologia.


Segundo, temas do cotidiano (e fotos de mulheres bonitas) atraem leitores para este blog. Como o objetivo do mesmo é divulgar ciência para um público geral (e não ficar falando para sissudos professores da USP), vale como estratégia inovadora de divulgação, na linha "Anything Goes" de Feyrabend (claro que sem exageros). Pois eu acredito sinceramente que se a Playboy publicasse artigos de divulgação científica (ela já publica FC!), as vocações científicas seriam multiplicadas por dez. Não fui eu quem disse isso, mas Monteiro Lobato (se referindo ao bem que o livro Theresa Philosofa fez pela alfabetização do Brasil).



Da BBC Brasil: Modelos são menos felizes e satisfeitas do que pessoas que exercem outras profissões, de acordo com dois estudos realizados pela City University, em Londres.
As pesquisas revelaram ainda que modelos têm auto-estima mais baixa e se sentem mais sozinhas e isoladas.
A divulgação dos estudos, nesta segunda-feira, coincide com o início da Semana de Moda de Londres.
O primeiro estudo analisou dois grupos de pessoas entre 18 e 35 anos de idade, 56 modelos (entre mulheres e homens) e 53 não-modelos.
As modelos foram submetidas a um questionário baseado na teoria da auto-determinação, segundo a qual só é possível alcançar felicidade e bem-estar mental quando se satisfazem três necessidades tidas como pré-requisitos: a de se conectar com outras pessoas, de se sentir livre para tomar decisões e a de se sentir competente e eficaz nas atividades diárias.
As modelos apresentaram níveis significativamente mais baixos de satisfação, o que foi interpretado pelos pesquisadores como um sinal preocupante.
O coordenador da pesquisa, Björn Meyer, disse: "Os resultados não significa que as modelos são mentalmente perturbadas, mas eles são preocupantes e apontam para um problema sério".
"Às vezes nós estereotipamos modelos como produtos, úteis apenas para mostrar roupas, mas elas também são seres humanos, com as mesmas necessidades e preocupações que o resto das pessoas. A indústria precisa garantir que as condições de trabalho não minem a satisfação e o bem-estar psicológico das modelos", disse Meyer.
"Alguns trabalhos trazem um senso de competência e desafio, sua natureza complexa dá a sensação de que é necessário talento para fazer o serviço bem", disse .
"Se seu trabalho te valoriza apenas pela sua aparência e habilidade de andar para cima e para baixo, as oportunidades de experimentar esse senso de competência podem ficar limitadas."
Isolamento
Duas modelos formadas em psicologia pela City University também participaram da condução do estudo.
Segundo Kristin Enström, o isolamento e a falta de controle são problemas comuns em sua experiência como modelo.
"Eu sempre estive ciente da falta de satisfação em ser modelo. Além disso, é comum sentir solidão durante as viagens de trabalho, quando não há tempo de formar laços com ninguém", disse Enström.
“Em termos de autonomia, modelos não pensam muito no que precisa ser feito já que elas estão sempre recebendo ordens sobre o que fazer e para onde ir.”
O segundo estudo realizado pelos pesquisadores britânicos analisou apenas mulheres - 35 modelos e 40 não-modelos.
Novamente, as modelos apresentaram níveis mais baixos de bem-estar e felicidade, além de terem menor auto-estima.
Apesar de reportarem que as modelos têm baixa auto-estima, as pesquisas não estudaram especificamente o risco de distúrbios alimentares no mundo da moda e o impacto do aumento de celebridades 'tamanho zero' (equivalente ao 32 no Brasil).

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