Malagueta


Do informativo gastronômico Malagueta:


A evolução matemática da culinária
Livros tradicionais de receitas foram a base para pesquisadores da USP traçar a evolução da culinária e a predominância de ingredientes em uma cultura. O estudo, coordenado pelo físico Antônio Roque - professor do Departamento de Física e Matemática da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto (FFCL/USP) - partiu da temática de redes complexas para capturar a dinâmica que gera a curva evolutiva cultural a partir das receitas. “Os ingredientes e receitas constituem um exemplo desse tipo de rede, pois esses elementos estão conectados entre si”, explica. De acordo com a pesquisa, as obras fornecem dados estatísticos relevantes sobre as cozinhas, indicando a importância de produtos, maneiras de preparar e possíveis combinações. O artigo sobre esta pesquisa foi publicado na edição de março da revista Nature. [Na verdade, o paper está no arxiv.org, a espera de aceitação de uma revista que submetemos, e foi apenas comentado no site jornalístico Nature News - estamos pedindo à jornalista do Malagueta que corrija a informação].


A proposta do trabalho foi idealizada em parceria com a nutricionista Rosa Diez-Garcia (professora do Curso de Nutrição e Metabolismo) e o físico Osame Kinouchi, também professor da universidade. O grupo é composto ainda por Adriano Holanda (Cientista da Computação) e o físico Pedro Zambianchi. Esta equipe eclética identificou a cozinha como um importante fenômeno cultural e concluiu que o progresso da culinária é lento e conservador. “Embora existam trocas e acréscimo de ingredientes, os originais não desaparecem por completo. O tempo que se leva para uma substituição pode ser tão longo que ultrapassa várias gerações, tornado-se difícil de acompanhar”, destaca Roque.


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