Cut and Past do Blog do Salvador Nogueira
Atualizado em 24/03/2008 - 16:12
Machadão fazia ficção científica!
Foi com grande alegria que descobri que Machado de Assis, um dos grandes da nossa literatura (na minha modesta opinião, o maior deles), também escrevia ficção científica.
O mérito da descoberta vai todo para o escritor Roberto de Sousa Causo, responsável pela organização de um livro com título pouco modesto, mas indiscutível qualidade: "Os melhores contos de ficção científica" (Devir Livraria).
A obra, que chegou recentemente às minhas mãos, traz textos assinados por 11 autores -- um deles pelo próprio organizador (conto muito legal envolvendo contato com alienígenas que traz uma reflexão sobre o fato de que talvez nem toda a tecnologia do mundo ajude a resolver os problemas sociais do mundo). Mas a grande jóia da coroa, é difícil disputar, vem do bom e velho Machadão.
Não que o conto dele que foi parar na coletânea, intitulado "O Imortal", seja um exemplo primoroso de ficção científica. Na verdade, apenas um tênue elemento de realidade (a poção indígena que transforma o pai do narrador num imortal não é apresentada como uma fórmula mágica, mas como uma peça de sabedoria que um dia, quiçá, a ciência poderá explicar) eleva-o do status de mera fantasia ao nível da ficção científica clássica. Ainda assim, a presença de Machado de Assis numa coletânea desse naipe faz muito para promover esse pouco reconhecido gênero literário.
Com sua presença, ele eleva nomes de grande qualidade, mas pouco reconhecimento, como Jerônymo Monteiro e Jorge Luiz Calife (dois dos meus favoritos no livro), ajudando a demonstrar que ficção científica não é só coisa de gringo.
Este último, inclusive, é ótimo exemplo da versão brasileira da "hard science fiction", coisa que tem cara de cinema americano, mas não precisa ter. No conto que consta da obra, "A morte do cometa", Calife narra o destino de uma expedição espacial promovida para salvar o núcleo moribundo do cometa Halley.
Não é segredo para ninguém que o Mensageiro Sideral é um fã de longa data de ficção científica (que até já se arriscou a publicar algo do gênero aqui, aqui e aqui). Mas é sempre um prazer (e, infelizmente, uma surpresa) constatar quão bem representado está o gênero aqui na terra brasilis.
Machadão fazia ficção científica!
Foi com grande alegria que descobri que Machado de Assis, um dos grandes da nossa literatura (na minha modesta opinião, o maior deles), também escrevia ficção científica.
O mérito da descoberta vai todo para o escritor Roberto de Sousa Causo, responsável pela organização de um livro com título pouco modesto, mas indiscutível qualidade: "Os melhores contos de ficção científica" (Devir Livraria).
A obra, que chegou recentemente às minhas mãos, traz textos assinados por 11 autores -- um deles pelo próprio organizador (conto muito legal envolvendo contato com alienígenas que traz uma reflexão sobre o fato de que talvez nem toda a tecnologia do mundo ajude a resolver os problemas sociais do mundo). Mas a grande jóia da coroa, é difícil disputar, vem do bom e velho Machadão.
Não que o conto dele que foi parar na coletânea, intitulado "O Imortal", seja um exemplo primoroso de ficção científica. Na verdade, apenas um tênue elemento de realidade (a poção indígena que transforma o pai do narrador num imortal não é apresentada como uma fórmula mágica, mas como uma peça de sabedoria que um dia, quiçá, a ciência poderá explicar) eleva-o do status de mera fantasia ao nível da ficção científica clássica. Ainda assim, a presença de Machado de Assis numa coletânea desse naipe faz muito para promover esse pouco reconhecido gênero literário.
Com sua presença, ele eleva nomes de grande qualidade, mas pouco reconhecimento, como Jerônymo Monteiro e Jorge Luiz Calife (dois dos meus favoritos no livro), ajudando a demonstrar que ficção científica não é só coisa de gringo.
Este último, inclusive, é ótimo exemplo da versão brasileira da "hard science fiction", coisa que tem cara de cinema americano, mas não precisa ter. No conto que consta da obra, "A morte do cometa", Calife narra o destino de uma expedição espacial promovida para salvar o núcleo moribundo do cometa Halley.
Não é segredo para ninguém que o Mensageiro Sideral é um fã de longa data de ficção científica (que até já se arriscou a publicar algo do gênero aqui, aqui e aqui). Mas é sempre um prazer (e, infelizmente, uma surpresa) constatar quão bem representado está o gênero aqui na terra brasilis.
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