Sustentar o Desenvolvimento ou Desenvolvimento Sustentável?
- Desenvolvimento Sustentável (DS1): um processo de desenvolvimento que se baseia em recursos renováveis (biocombustíveis, energia solar, energia hidroelétrica, fusão nuclear etc), de modo que o desenvolvimento pode se manter, mesmo que isso acarrete degradação do ambiente (por exemplo, com extinção de florestas tropicais). Aqui, quem se sustenta é o desenvolvimento.
- Desenvolvimento Sustentável (DS2): um processo de desenvolvimento que inclua a idéia de sustentabilidade do ambiente, ou seja, um processo onde a Tecnosfera entre em simbiose (mutualismo, para meus amigos biólogos) com a Biosfera para benefício mútuo. Aqui, quem se sustenta são tanto o ambiente humano como o natural.
Cuidado que muitos políticos e economistas estão preocupados apenas com o DS1, ou seja, preocupações ecológicas só entram na medida que possam comprometer o desenvolvimento econômico.
Agora, precisamos discutir a idéia de desenvolvimento. Esqueçamos utopias de comunidades "em equilíbrio com a Natureza": uma rápida visita à São Tomé das Letras mostra o que quero dizer (examinem as crianças de lá, não os pais). Todo processo em equilíbrio equivale à morte, a vida é um processo fora do equilíbrio.
Vou colocar alguns cenários (de ficção científica?):
Desenvolvimento não sustentável, em qualquer acepção: Bom, se os recursos não são renováveis, e se seu uso não for substituido por outros, a longo prazo não é possível nem desenvolvimento econômico/social nem florescimento do ambiente natural. Mas seria preciso calcular qual seria esse longo prazo, pois afinal, no longo prazo a humanidade estará morta (a menos que se espalhe pela galáxia, mas daí o volume de recursos se amplia enormemente). Precisamos reconhecer que a colonização espacial não é factível a médio prazo (500 anos?), e o volume de gente a ser transportada sempre será pequeno comparado com a população da Terra.
Cenários com uso total de recursos renováveis: População humana crescente à taxa X, eficiência energética crescente à taxa Y, uso (ideal) de recursos renováveis.
- No caso em que Y for maior que X, no sentido de que mais pessoas acessam à bens e serviços, sem afetar o ambiente.
- Se X for maior que Y, teremos nova fase de revoluções socialistas, ou decadência social, ou retorno ao feudalismo, sociedade de castas etc. O ambiente também se degrada.
- O equilíbrio X = Y implica manutenção do status quo, ou seja, os pobres continuam pobres para sempre. Por pobre entendo não uma pessoa privada de bens materiais, mas sim uma pessoa privada de opções de vida e de liberdade. Cuidado: jovens indígenas gostam de novas culinárias, remédios, tecnologia. Não querem ser preservados em um grande zoológico humano chamado reserva. E o Japão mostra que é possivel a preservação cultural sem abri mão da tecnologia. Como dizia nosso sábio carnavalesco, quem gosta de pobreza é intelectual...
- Em todos esses casos, se X>0, o ambiente irá sofrer, pois mais humanos significa, mesmo com reciclagem total, mais espaço físico a ser ocupado. Por outro lado, se X < x =" 0" x =" 0.">
Para sermos mais otimistas, acho que deveriamos lembrar que o ser humano não é tão "malzinho" assim. Seres humanos atualmente gastam seu tempo, recursos e vida protegendo animais e plantas, mas você nunca verá tartarugas marinhas ou mico-leões trabalhando para ajudar os seres humanos (uma excessão é a relação mutualista entre golfinhos e pescadores na Mauritânia).
Bom, é claro que o o futuro será alguma combinação intermediária desses cenários. E para visualizá-los, confio mais nos escritores de ficção científica do que nos futurólogos científicos, pois a estes falta sempre imaginação...
Da Wikipédia: Tool use and culture
In 1997, tool use was described in Bottlenose Dolphins in Shark Bay. A dolphin will stick a marine sponge on its rostrum, presumably to protect it when searching for food in the sandy sea bottom.[40] The behavior has only been observed in this bay, and is almost exclusively shown by females. This is the only known case of tool use in marine mammals outside of Sea Otters.An elaborate study in 2005 showed that mothers most likely teach the behaviour to their daughters.[41] Subsets of populations in Mauritania are known to engage in interspecific cooperative fishing with human fishermen. The dolphins drive a school of fish towards the shore where humans await with their nets. In the confusion of casting nets, the dolphins catch a large number of fish as well. Intraspecific cooperative foraging techniques have also been observed, and some propose that these behaviours are transmitted through cultural means. Rendell & Whitehead have proposed a structure for the study of culture in cetaceans,[42] although this view has been controversial (e.g. see Premack & Hauser).
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