Roberto Martins e a divulgação científica da História da Ciência


Um interessante (chocante?) artigo de Roberto Martins na RBEF:

Como Não Escrever Sobre História da Física - um Manifesto Historiográfico

(...) quando uma pessoa começa a estudar a história da ciência (ou qualquer outro tema), ela não tem uma mente em branco, mas cheia de crenças provenientes daquilo que já leu ou ouviu falar. De um modo geral, um cientista atual gosta de pensar que ele próprio é muito superior aos “antigos", e por isso ele acredita com facilidade em quem lhe diz que os pensadores que foram ultrapassados eram tolos, não tinham bons argumentos, não sabiam fazer ciência, e suas idéias apenas foram aceitas porque recebiam o apoio de religiosos estúpidos. Como já se sabia desde a época dos romanos, “Você acredita facilmente naquilo que deseja fortemente" (Publius Terentius, citado por EDWARDS, The new dictionary of thoughts, p. 120). 

Assim, uma série de crenças, geralmente do tipo que alimenta o amor-próprio dos cientistas, vai se difundindo e passa a constituir uma base tácita com a qual olhamos para o passado. “Toda pessoa, onde quer que vá, está cercada por uma nuvem de convicções confortantes, que se movem com ela como moscas em um dia de verão" (Bertrand Russell, citado por PARTINGTON, The Oxford dictionary of quotations, p. 551).

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