Bairro apresenta contaminação por chumbo elevada em Ribeirão Preto
Agência USP
Pesquisa da Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto (FORP) da USP comparou o índice de contaminação por chumbo no esmalte dos dentes de 247 alunos de sete Escolas Municipais de Educação Infantil com o de 26 crianças que vivem no entorno de uma fábrica de baterias em Bauru, todas com idade entre 4 e 6 anos. Os resultados do estudo mostram que o nível de contaminação em Bauru, mais elevado, se repete em 12% das crianças de Ribeirão Preto, principalmente no bairro Campos Elíseos.
O chumbo é um dos poluentes ambientais mais perigosos para a saúde humana, em especial às crianças, cujos órgãos e sistemas ainda estão em desenvolvimento. A pesquisa deu origem ao artigo Lead contents in the surface enamel of deciduous teeth sampled in vivo from children in uncontaminated and in lead contaminated areas, escolhido para receber o prêmio de Incentivo em Ciência e Tecnologia para o SUS em 2007. A autora do trabalho é a dentista Glauce Regina Costa de Almeida. Ela realizou testes de contaminação no esmalte dos dentes de leite das crianças para sua dissertação de mestrado, orientada pela professora Raquel Gerlach, da FORP. Em Bauru, a média de contaminação foi de 785 microgramas de chumbo por grama de esmalte, enquanto em Ribeirão Preto essa média ficou em 200 microgramas.
Nos Campos Elíseos, porém, 35% das crianças tiveram valores comparáveis aos da média de chumbo encontrada na área contaminada de Bauru. No bairro já funcionaram duas fábricas de baterias e há uma fábrica de galvanização de ferro. Os encanamentos das construções são muito antigos e têm soldas de chumbo e podem comprometer a rede de abastecimento de água. Além disso, há muitos depósitos de ferro velho, locais onde as baterias são abertas. Esses locais reconhecidamente apresentam concentrações altas de chumbo no ar e na poeira, que se acumula no solo.
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