Blogar ou não blogar, eis a questão!

Este post faz parte da Roda da Ciência.

Na Scientific American Brasil de junho foi publicada um artigo sobre Science 2.0, ou seja, sobre novas formas de se fazer ciência permitidas pelas ferramentas de publicação de conteúdo, inclusive os blogs. Nesse artigo, a questão dos blogs científicos não é encarada de forma muito otimista, mas talvez isto seja devido a uma visão restrita sobre como poderíamos usar blogs para fins científicos.


Entre os vários fins imagináveis comento alguns formatos com que tive experiência própria. Bom, o primeiro é o próprio SEMCIÊNCIA que, assim como a Maria Guimarães do Ciência e Idéias comentou, me permitiu conhecer várias pessoas interessantes, ter contato com jornalistas científicos etc.


O problema do SEMCIÊNCIA é que, como o próprio nome diz, ele não é muito sério, eu o faço por diversão e primariamente para meu uso próprio como caderno de anotações sobre links e notícias interessantes, meus papers do ArXiv nunca publicados, divulgação dos meus papers sérios e dos meus colegas, registro de idéias que serão esquecidas se não anotadas, mesmo que sejam puras especulações, links para livros e artigos interessantes etc.


Já me acusaram com razão (embora eu tenha ficado chateado com isso) de que muitas vezes eu apenas reproduzo uma notícia que saiu na Folha de São Paulo ou mesmo Yahoo Notícias, sem comentá-las como todo bom cientista deveria fazê-lo. Sim, quando não estou com tempo (o que é muito frequente) eu realmente faço isso, mas acredito que a seleção daquele notícia em particular para constar no blog é a informação nova em si.


Explico: eu chamo esse processo de "reverberação", ou seja, é uma indicação de que a notícia é interessante ou curiosa em si, que talvez no futuro valha a pena obter a fonte (paper) original, ou então a notícia faz parte de minha agenda ideológica e, ao propagá-la, estou espalhando certas idéias que acho que valem a pena serem disseminadas. Ou seja, mesmo se eu não fizer nenhum comentário, estou filtrando e divulgando preferencialmente certos temas, ênfases etc.


Também disseram que blog de ciência não deveria ter fotos de filhos, cachorro, etc. OK, eu parei de colocar fotos dos meus filhos aqui... mas queria que eles soubessem que continuam sendo a coisa mais importante da minha vida. Isso também faz parte da minha agenda ideológica bloguística: quebrar o estereótipo do cientista frio e objetivo...

Continuarei em um próximo post, falando de outros usos para blogs científicos: mesa redonda virtual, blogs educacionais, blogs para open peer review de artigos científicos etc. Mostrarei também uma curva de ranking de autoridade Technorati que coletei para 120 blogs científicos em português e onde eles se encontram na curva global para blogs em geral.

Por favor, comentários aqui.

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