Infinito
Coincidência de novo. Eu estava aqui procurando uma figura para fazer este post sobre o volume especial "As diferentes faces do infinito" quando recebi um e-mail da Ana Cláudia Ferrari me dizendo que, sim, eu havia ganho duas assinaturas de graça, da SciAm e da Viver Mente e Cérebro. Tão vendo? Quem disse que não ganho nada com este blog?
É claro que isso não vai afetar minha atitude quanto à revista, pois a compro desde o primeiro número. Afinal basta eles manterem a qualidade e ocuparem o nicho da SUPERINTERESSANTE (pois esta está querendo substituir a PLANETA, que por sua vez trocou o esoterismo pela ecologia) já está ótimo! Todo apoio a você, SciAm!
A Ana me perguntou se é verdade que meus alunos realmente lêem as revistas. Bom, alunos de Estatística I, respondam prá ela ai nos comentários. Em todo caso, conto aqui duas maneiras de usar a SciAm nas salas de aula que já testei.
Bom, primeiro eu sou responsável por uma disciplina optativa do Departamento de Química aqui na FFCLRP chamada Tópicos de Ciência Contemporânea, cuja ementa está meio ambiciosa, concordo:
Objetivos:
É claro que isso não vai afetar minha atitude quanto à revista, pois a compro desde o primeiro número. Afinal basta eles manterem a qualidade e ocuparem o nicho da SUPERINTERESSANTE (pois esta está querendo substituir a PLANETA, que por sua vez trocou o esoterismo pela ecologia) já está ótimo! Todo apoio a você, SciAm!
A Ana me perguntou se é verdade que meus alunos realmente lêem as revistas. Bom, alunos de Estatística I, respondam prá ela ai nos comentários. Em todo caso, conto aqui duas maneiras de usar a SciAm nas salas de aula que já testei.
Bom, primeiro eu sou responsável por uma disciplina optativa do Departamento de Química aqui na FFCLRP chamada Tópicos de Ciência Contemporânea, cuja ementa está meio ambiciosa, concordo:
Objetivos:
Introduzir e incentivar o estudante a ter contato com a literatura científica e de divulgação científica, traçando um panorama da ciência contemporânea que permita uma visão contextualizada e crítica de diferentes áreas do conhecimento tais como a Cosmologia, a Física, a Química e a Biologia.
Docente(s) Responsável(eis): Dráulio Barros de Araújo, Gláucia Maria da Silva e Osame Kinouchi Filho.
Programa
1. Introdução à Cosmologia: estrutura e história do Universo.
2. Nascimento, vida e morte das estrelas e a origem dos elementos químicos.
3. Propriedades emergentes e níveis de descrição científica.
4. Evolução biológica.
5. Cérebro e Mente: tópicos de neurociências.
6. Relações contemporâneas entre Ciências Naturais e Humanas, Cultura e Tecnologia.
Método: Aulas expositivas, debates sobre leituras programadas e material áudio-visual
Critério de avaliação
Média final: Média aritmética dos trabalhos realizados e do seminário apresentado.
Norma de Recuperação: Apresentação de trabalho complementar pelos alunos regimentalmente habilitados, segundo prazos fixados pelo Calendário Escolar.
Bibliografia:
CHALMERS, Alan F. - O que é ciência afinal? 2. ed. Ed. Brasiliense (São Paulo, 1993).FEYNMAN, Richard P. - Física em seis lições. Ediouro (Rio de Janeiro, 1999).HAWKING, Stephen - O universo numa casca de noz. ARX (São Paulo, 2003).HERCULANO-HOUZEL, Suzana - O cérebro nosso de cada dia. Vieira & Lent (São Paulo, 2003).JONHSON, Stephen - Emergência: A dinâmica de redes em formigas, cérebros, cidades e softwares. Jorge Zahar Editor (Rio de Janeiro, 2003). MARGULIS, Lynn - O Planeta Simbiótico: uma nova perspectiva da evolução (Coleção Ciência Atual), Rocco (Rio de Janeiro, 2001). RIDLEY, Matt - As origens da virtude. Record (São Paulo, 2000). Artigos selecionados das revistas Nature, Science, Scientific American Brasil, Viver Mente & Cérebro, Pesquisa Fapesp, Química Nova.
Dei apenas uma vez esse curso (tentarei dá-lo de novo nos próximos semestres) mas foi muito interessante. Notei que os estudantes não conheciam a SciAm mas depois que tinham contato pela primeira vez, ficavam apaixonados. O uso de livros de divulgação científica também é importante. Lembro-me de um aluno, já na faixa dos 35, dizendo que era professor secundário mas nunca tinha lido um livro de divulgação, mas que a partir das leituras do curso ficou fascinado e nunca mais pararia de lê-los e recomendá-los aos seus alunos.
A segunda maneira que estou testando este ano é premiar trabalhos de classe, exercícios desafio etc, com exemplares da SciAm e Viver Mente e Cérebro, em vez de ficar dando ponto extra. Não gastei muito, na verdade a Mente e Cérebro, por engano, me enviou três exemplares do especial Sonhos (que tem o meu artigo sobre sonhos em redes neurais!) e três exemplares do especial Inteligência a mais, e não os cobrou de volta. Fiz isso com os alunos de Psicologia e parece que está funcionando. Ok, ok, eles dizem que eu os estou tratando como ratinhos Skinerianos, mas o reforço positivo funciona, mesmo assim.
Minha conclusão é que a principal barreira para a divulgação científica é o primeiro contato, a perda de virgindade poderíamos dizer. Depois, os próprios estudantes criam um hábito e passam a ler. Descobrem que, além das baladas (que afinal são mais caras que livros e revistas), a ciência também pode ser fonte de prazer.
Dei apenas uma vez esse curso (tentarei dá-lo de novo nos próximos semestres) mas foi muito interessante. Notei que os estudantes não conheciam a SciAm mas depois que tinham contato pela primeira vez, ficavam apaixonados. O uso de livros de divulgação científica também é importante. Lembro-me de um aluno, já na faixa dos 35, dizendo que era professor secundário mas nunca tinha lido um livro de divulgação, mas que a partir das leituras do curso ficou fascinado e nunca mais pararia de lê-los e recomendá-los aos seus alunos.
A segunda maneira que estou testando este ano é premiar trabalhos de classe, exercícios desafio etc, com exemplares da SciAm e Viver Mente e Cérebro, em vez de ficar dando ponto extra. Não gastei muito, na verdade a Mente e Cérebro, por engano, me enviou três exemplares do especial Sonhos (que tem o meu artigo sobre sonhos em redes neurais!) e três exemplares do especial Inteligência a mais, e não os cobrou de volta. Fiz isso com os alunos de Psicologia e parece que está funcionando. Ok, ok, eles dizem que eu os estou tratando como ratinhos Skinerianos, mas o reforço positivo funciona, mesmo assim.
Minha conclusão é que a principal barreira para a divulgação científica é o primeiro contato, a perda de virgindade poderíamos dizer. Depois, os próprios estudantes criam um hábito e passam a ler. Descobrem que, além das baladas (que afinal são mais caras que livros e revistas), a ciência também pode ser fonte de prazer.
Comments:
Thyago F. Mangueira said...
Tava passeando por aqui (afinal... férias enfim...) e achei esse comentário sobre a única edição especial que comprei. Muito interessante essas suas conclusões sobre os alunos... faz tempo que tenho a mesma opinião...Enfim sobre a edição nº 15 / Infinito, sempre achei que quantidades infinitesimais, o infinito, a divisão por zero e tudo mais retratam um grande furo na matemática coisa que essa edição meio que diz sem dizer.De resto só fiquei meio triste ao vê-los chamarem o físico Harold Puthoff de pseudocientista ou místico fervoroso apenas por pesquisar algo que eles acharam desconsiderável. Bem até onde eu sei foi assim que muitas boas idéias surgiram.Enfim... acho que este post jah tah quase um book. De qualquer forma ele vai servir pra ver se o prof. Osame responde realmente a todos que postam aqui... heheheheParabéns pelo Blogg... realmente muito bom... Parabéns pela atitude com alunos, mas cuidado, tijolos iguais em uma parede eh ruim mas a condição de ratos de laboratório também não eh boa...se bem q serve pra eles verem o outro lado...hehe... t+ ;)
18 Julho, 2006 23:18
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