Teste: será que você realmente é um cético?
De um interessante artigo (ou extrato) publicado no site Ceticismo Aberto:
Consequências Práticas do Ceticismo Filosófico
Ao contrário do que muitos pensam, o cético não é um frívolo diletante que tem por hobby questionar tudo e que faz da filosofia uma disputa entre egos, um joguinho de salão. Ao contrário, há mesmo um propósito moral no ceticismo filosófico. Pois, ao fazer da incerteza um dos princípios do pensamento humano, o que o filósofo cético também pretende é destruir esse escudo da covardia, essa negação da liberdade, essa arma da intolerância, isso que é a categoria central de todos os sistemas filosóficos fechados imunes à discussão e ao questionamento e que apenas servem de ideologia para os inimigos da sociedade aberta: o mito da certeza absoluta.
Ao contrário do que muitos pensam, o cético não é um frívolo diletante que tem por hobby questionar tudo e que faz da filosofia uma disputa entre egos, um joguinho de salão. Ao contrário, há mesmo um propósito moral no ceticismo filosófico. Pois, ao fazer da incerteza um dos princípios do pensamento humano, o que o filósofo cético também pretende é destruir esse escudo da covardia, essa negação da liberdade, essa arma da intolerância, isso que é a categoria central de todos os sistemas filosóficos fechados imunes à discussão e ao questionamento e que apenas servem de ideologia para os inimigos da sociedade aberta: o mito da certeza absoluta.
Penso que nós, céticos, ou melhor, “ceticistas”, tivemos sucesso em nossa empreitada. Sim, ao menos no front filosófico, destruímos o encouraçado do dogmatismo. Deste só restam destroços e alguns náufragos que, para não se afogarem, fazem das tautologias — como, por exemplo, “o existente existe” — e do cogito cartesiano sua tábua de salvação.
Claro, existem muitos “não-céticos” que estão absolutamente certos das virtudes da sociedade aberta. Estes costumam criticar o cético pelo fato de ele não saber com certeza se assassinar uma criança indefesa é moralmente justificável ou não, ou porque “diz não saber com certeza que uma ditadura sanguinolenta é defensável ou não” Não percebem esses “dogmáticos de boa vontade” que o que ameaça a sociedade aberta não é a incerteza quanto à verdade dos seus princípios, mas a certeza compartilhada por muitos, inclusive por supostos paladinos da democracia (Nixon, Kissinger, Sharon, Bush…) de que assassinar crianças é muitas vezes moralmente justificável: essa mesma certeza ou convicção inabalável tão característica dos que se arvoram os guardiões da Razão, do Pensamento Correto ou da Verdade e que, por isso, não estão muito dispostos a perder tempo com discussão, com a busca do consenso mediante o diálogo e outras “masturbações” democráticas, motivo pelo qual chegam mesmo a defender ditaduras sanguinolentas sempre que lhes convém. Como, por exemplo, o “racionalista” e “libertário” de direita Milton Friedman, que certa vez teceu elogios rasgados a Pinochet e justificou sua tirania.
É investindo contra o mito da certeza absoluta ou reduzindo-a ao ponto de jamais se transformar em instrumento de dominação política que se garante “quase certamente” a sociedade aberta.
Ao admitir que nem eu nem você detemos o monopólio do conhecimento certo e indubitável, não estou senão aceitando como razoável a atitude de considerar seus contra-argumentos e, por extensão, de reputar como legítimas todas as opiniões diferentes. Essa incerteza, que está na margem tanto da minha quanto da sua crença, é o que torna nossos pontos de vista iguais, malgrado as dessemelhanças. Também é a incerteza a justificação racional da minha e da sua liberdade de questionar, concordar, discordar. Ora, a aceitação do outro (do diferente, da opinião das minorias), a igualdade entre os interlocutores e a liberdade de questionar são tanto os princípios da razão quanto da democracia.
E nem é preciso ter certeza da verdade desses preceitos para defendê-los firmemente, pois o que os sustenta e o que lhes dá firmeza não é outra coisa que a incerteza intrínseca do conhecimento: o princípio fundamental de que tudo é incerto, inclusive esta afirmação.
Manuel Bulcão
Fevereiro/2002
Comentários
Claro que não generalizo. Personagens e personalidades como Kisseger e cia, está lá, noutro pais do qual nada fez por mim mas eu muito fiz por eles, e a não ser que me cumprimentem e assinem um contrato justo comigo oficialmente não sei quem é, se é bom, mal ou justo até que se prove na prática comigo.
Claro que não generalizo. Personagens e personalidades como Kisseger e cia, está lá, noutro pais do qual nada fez (ao menos na prática que soubesse e surtisse resultados positivos) por mim mas eu muito fiz por eles, e a não ser que me cumprimentem e assinem um contrato justo comigo oficialmente não sei quem é, se é bom, mal ou justo até que se prove na prática comigo.