Por que a Folha e o G1 não atualizam seus dados sobre a gripe suína?
Veja o mapa da gripe suína no Brasil
Último balanço divulgado pelo Ministério da Saúde, no dia 16 de setembro, contabilizava 899 mortes por gripe suína --a gripe A (H1N1)-- no país [Na verdade, o último boletim é de 19 de outubro, contabilizando mais de 1300 mortes, mas a Folha e outros orgãos jornalísticos se recusam a reconhecer que ultrapassamos o número emblemático de mil mortos]. De acordo com o órgão, o número de casos graves da doença vem diminuindo gradativamente nas últimas semanas e, por isso, a pasta decidiu divulgar apenas balanços mensais sobre a doença. [Por que a Folha não atualiza o seu mapa da gripe? Estão esperando o boletim de meados de novembro do MS sem ter divulgado o boletim de meados de outubro? Já pedi ao pessoal do blog Laboratórios que desse uma olhada nisso, mas acho que eles estão em Copenhagen...]
Leia a cobertura completa da gripe suína
Um exemplo de não equivalência entre gripe suína e gripe comum:
Pulmão artificial faz função de órgão doente
CLÁUDIA COLLUCCI
da Folha de S.Paulo
Em um período de quatro horas, o estudante Felipe Guedes Fogaça, 18 [exemplo de paciente jovem e saudável, sem complicações anteriores, extrato não atingido pela gripe comum], evoluiu de uma forte gripe a uma quase morte [exemplo de evolução rápida do quadro clínico]. Nem o respirador artificial foi o bastante para conter a grave insuficiência respiratória que o atingiu [Exemplo de que as complicações podem ser muito graves]. A solução foi conectar seu corpo a uma espécie de pulmão artificial, que passou a exercer as funções do órgão, então tomado pela infecção.
Felipe já não corre mais risco de morte e deve ter alta até o final desta semana. A suspeita é que ele tenha contraído a gripe suína -- o rapaz teve todos os sintomas da doença, mas o resultado do exame foi inconclusivo para o vírus A (H1N1) [Por que? demoraram para coletar as amostras?].
É a primeira vez no país que um paciente com esse quadro é tratado com sucesso usando o pulmão artificial [Houve outras tentativas que falharam?] ou a Ecmo (oxigenação extracorpórea por membrana), nome oficial da técnica. No mundo, há relatos de sucesso na Austrália e na Nova Zelândia, por exemplo.
Editoria de Arte/Folha Imagem | ||
O drama de Felipe começou na manhã do último dia 29 [de outubro, em plena primavera e num momento que o MS diz que a epidemia terminou em São Paulo], quando ele chegou ao pronto-socorro do Hospital São Luiz, em São Paulo. Queixava-se de dores musculares, tosse, febre e dor de garganta. Na hora do almoço, já não respirava [gripe comum faz isso?]. Foi entubado ainda no PS e, em seguida, encaminhado à UTI.
"Todos os parâmetros respiratórios só pioravam e o ventilador [respirador artificial] já não dava mais. A oxigenação do sangue não era suficiente para manter as funções vitais. Ele estava morrendo", lembra a médica intensivista Laís Braun Ferreira, responsável pela UTI.[Isso acontece com pacientes de gripe comum ou sazonal? Pelo que entendo, as mortes por gripe sazonal são complicações de origem bacteriana (e não viral) na forma de sequelas da gripe principalmente em idosos].
Nesses casos, o pulmão está tão inflamado que não consegue mais fazer a troca de oxigênio para as células. A última alternativa de tratamento foi usar o pulmão artificial.
"A função dele é oxigenar o sangue e retirar o gás carbônico para o paciente ter mais tempo para se recuperar. A doença é tão agressiva que, mesmo com todo tratamento disponível, o pulmão entra em colapso", explica o cirurgião cardíaco Rafael Otto Schneidewind, responsável pela cirurgia. [A gripe suína é "agressiva"? Mas o MS diz que é uma gripe como outra qualquer!]
A máquina extracorpórea é muito usada em cirurgias cardíacas em que o coração e os pulmões são "desligados" durante o procedimento. O aparelho cumpre, por algumas horas, as funções cardíacas e pulmonares do paciente.
No caso de Felipe, o aparelho substituiu a função do pulmão por quatro dias. "É um processo mais sofisticado [do que a cirurgia cardíaca] porque todos os órgãos estão em funcionamento. Você tem que manter a pressão arterial, o cérebro tem que estar protegido, o rim e o fígado não podem parar. É preciso que toda a equipe tenha uma sintonia fina para conseguir ter sucesso", afirma o cirurgião.[Ou seja, não é um tratamento de rotina nem poderá ser usado em grande escala no futuro]
Segundo ele, outros hospitais brasileiros já haviam tentado esse tratamento para casos semelhantes ao do estudante, mas não tiveram sucesso.
No mês passado, foi publicado um estudo no "Jama" (jornal da Associação Médica Americana) relatando a experiência da utilização do Ecmo em pacientes com vírus A (H1N1) que desenvolveram insuficiência respiratória severa. Do total de 68 doentes tratados, 79% conseguiram sobreviver. [E por que não existem estudos similares aplicando a Ecmo em pacientes graves de vírus sazonal?]
O médico Andrew Davies, um dos autores do estudo, disse que a publicação da pesquisa deve facilitar o trabalho das equipes médicas no manejo de pacientes muito graves durante a pandemia de gripe suína.
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